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Quarentenas nos EUA "paralisam" combate ao ebola, diz Médicos Sem Fronteiras

Kaci Hickox, enfermeira que chegou a Nova York após tratar pacientes com ebola e foi colocada em quarentena - Steve Hyman/Reuters
Kaci Hickox, enfermeira que chegou a Nova York após tratar pacientes com ebola e foi colocada em quarentena Imagem: Steve Hyman/Reuters

Jonathan Allen

Em Nova York

30/10/2014 21h17

Quarentenas obrigatórias determinadas por alguns Estados norte-americanos a médicos e enfermeiros que retornam de regiões com surto de ebola na África Ocidental estão criando um "efeito paralisante" nas operações do Médicos Sem Fronteiras (MSF), disse nesta quinta-feira (30) o grupo humanitário.

Em resposta a perguntas da Reuters, o grupo afirmou que está discutindo a possibilidade de encurtar algumas atribuições como resultado de restrições impostas por alguns Estados desde que um de seus médicos norte-americanos, Craig Spencer, foi hospitalizado em Nova York na semana passada com o vírus.

"Está havendo um aumento de ansiedade e confusão entre os integrantes da equipe do MSF em ação sobre o que eles podem enfrentar quando voltarem para casa após a conclusão de suas atribuições na África Ocidental", disse a diretora-executiva do Médicos Sem Fronteiras, Sophie Delaunay, em comunicado enviado por e-mail à Reuters.

Alguns trabalhadores do MSF estão atrasando o seu retorno para casa depois de suas atribuições e permanecem na Europa por 21 dias, período máximo de incubação do ebola, "a fim de evitar enfrentar a crescente estigmatização e possíveis quarentenas", segundo Delaunay.

"Algumas pessoas estão sendo desencorajadas por suas famílias a retornar para o campo (região com a doença)", disse ela.

Os governadores de Nova York e Nova Jersey anunciaram novas regras de triagem nos aeroportos na última sexta-feira, incluindo quarentenas obrigatórias de 21 dias para qualquer profissional de saúde que tenha tratado de pacientes com ebola na África Ocidental.