Inseticidas lindano e DDT estão vinculados a câncer, diz OMS
O inseticida lindano, antes amplamente utilizado na agricultura e na remoção de piolhos e sarna em seres humanos, causa câncer e está especificamente vinculado ao Linfoma Não-Hodgkin (LNH), disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira (23).
A Agência Internacional de Investigação do Câncer (Iarc, ligada à OMS) também afirmou que o DDT, ou diclorodifeniltricloroetano, provavelmente provoca o câncer, e há evidências científicas relacionando-o com o LNH, câncer testicular e câncer de fígado.
Em uma análise de vários produtos químicos agrícolas, um painel de especialistas do Iarc disse que decidiu classificar o lindano como "cancerígeno para seres humanos", em sua categoria Grupo 1, o DDT como "provavelmente cancerígeno para os seres humanos", em seu Grupo 2A, e o herbicida 2,4-D como "possivelmente cancerígeno para seres humanos", no Grupo 2B.
A agência assinalou que os estudos epidemiológicos não encontraram aumentos elevados ou consistentes com risco de LNH ou outros cânceres pela exposição ao 2,4-D, mas há forte evidência de que ele induz ao estresse oxidativo, um processo que pode danificar as células do corpo, e evidência moderada de que pode sufocar o sistema imunológico.
O lindano, que desde 2009 está proibido ou restringido na maioria dos países, no âmbito da Convenção de Estocolmo sobre os Poluentes Orgânicos Persistentes, já foi usado extensivamente para o controle de pragas na agricultura. Uma exceção é a permissão para uso como um tratamento para infestação de piolhos e sarna quando outros métodos não deram resultado.
Segundo o Iarc, a elevada exposição ao lindano era relatada previamente entre os trabalhadores agrícolas e aplicadores de pesticidas. O DDT foi introduzido para o controle de doenças transmitidas por insetos durante a Segunda Guerra Mundial e, mais tarde, amplamente aplicado para erradicar o transmissor da malária e na agricultura.
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