Quase um terço do mundo está acima do peso e corre risco de doenças e morte
Quase um terço da população do mundo está obesa ou acima do peso e um número crescente de pessoas está morrendo devido a problemas de saúde relacionados à obesidade, em uma "crise de saúde pública global perturbadora", afirmou um estudo nesta segunda-feira.
Cerca de 4 milhões de pessoas morreram de doença cardiovascular, diabetes, câncer e outros males ligados ao sobrepeso em 2015, elevando a taxa de mortes relacionadas ao excesso de peso em 28% em relação a 1990, de acordo com a pesquisa.
"As pessoas que ignoram o aumento de peso o fazem por sua conta e risco", disse Christopher Murray, um dos autores do estudo publicado no periódico científico New England Journal of Medicine.
Em 2015 o sobrepeso afetava 2,2 bilhões de pessoas, ou 30 por cento da população mundial, segundo o estudo.
Quase 108 milhões de crianças e mais de 600 milhões de adultos foram considerados obesos, já que têm um Índice de Massa Corporal (IMC) acima de 30, disse a pesquisa feita em 195 países.
Mais de 60 % das fatalidades ocorreram neste grupo, mostrou o estudo do Instituto de Métrica e Avaliação de Saúde (IHME, na sigla em inglês) da Universidade de Washington.
O IMC é calculado dividindo-se o peso em quilos pela altura em metros e indica se a pessoa tem um peso saudável.
Um IMC acima de 25 significa sobrepeso, acima de 30 obesidade e acima de 40 obesidade mórbida.
Obesidade mais que dobrou desde 1980
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a obesidade mais que dobrou desde 1980, alcançando proporções epidêmicas.
As taxas de obesidade entre crianças estão crescendo mais rápido do que em adultos em muitos países, inclusive Argélia, Turquia e Jordânia, disse o estudo.
Ao mesmo tempo, quase 800 milhões de pessoas, incluindo 300 milhões de crianças, vão para a cama famintas todas as noites, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU).
Dietas pobres e estilos de vida sedentários são os principais culpados pelo número crescente de pessoas acima do peso, dizem especialistas.
A urbanização e o desenvolvimento econômico provocaram taxas de obesidade cada vez maiores também em países pobres onde parte da população não tem o suficiente para comer, já que as pessoas descartam dietas tradicionais e ricas em vegetais em troca de alimentos processados.
Uma pesquisa feita no México, Brasil, China, Coreia do Sul e Reino Unido pelo Instituto de Desenvolvimento no Exterior, que tem sede em Londres, mostrou que o custo de alimentos processados como sorvetes, hambúrgueres, batatas fritas e chocolate diminuiu desde 1990, enquanto o custo de frutas e vegetais frescos subiu.
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