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Escassez de produtos importados faz faltar silicone para venezuelanas

Venezuelana usa adesivos nos seios em apoio a Hugo Chavez, morto em 2013 - Leo Ramirez/AFP
Venezuelana usa adesivos nos seios em apoio a Hugo Chavez, morto em 2013 Imagem: Leo Ramirez/AFP

Do UOL, em São Paulo

17/09/2014 22h23

As barreiras do governo à importação na Venezuela atingiu a mania nacional das mulheres no país: o implante de silicone (mas que calamidade pública!)

As venezuelanas, conhecidas mundialmente por sua beleza --já levaram sete coroas do Miss Universo--, estão apelando para o mercado negro e para próteses "Made in China" para turbinarem os seios. 

O governo venezuelano dificulta a importação de produtos como parte da estratégia de combate à inflação, atitude que já causou a falta de produtos muito mais essenciais, como papel higiênico…

Mas apesar de indispensável no dia-a-dia, a falta de papel higiênico não mexeu com o orgulho da mulher venezuelana, como acontece com a falta de próteses de silicone (que situação!).

“É uma cultura de ‘eu quero ser mais bonita do que você’. É por isso que até pessoas que vivem em favelas põem silicone”, disse o cirurgião Daniel Slobodianik à Associated Press.

O médico diz que fazia vários implantes por semana, mas que agora consegue realizar dois por mês. Ele diz que todo dia tem mulher ligado pra saber se chegou o implante do tamanho que elas querem, e quando ficam sem alternativa, escolhem uma segunda opção, normalmente maior do que a primeira. 

Com 30 milhões de habitantes, o país tem um dos mais altos índices de cirurgias plásticas, e implantes de silicone são o carro-chefe. Foram 85 mil implantes em 2013, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica. Só Estados Unidos, Brasil, México e Alemanha, todos com populações significativamente maiores, tiveram mais procedimentos.

Mas ninguém liga pra frustração das venezuelanas. O presidente Hugo Chávez, morto em 2013, já chamou a febre por silicone de “monstruosa”.

Muitas mulheres recorrem a sites de venda online, em busca de próteses contrabandeadas, sem origem garantida.

Tidas como menos seguras, as próteses chinesas chegam mais facilmente ao país, devido à parceria comercial da China com a Venezuela. Enquanto um par com selo de qualidade europeia pode custar U$ 600,  o mesmo que um ano de salário mínimo do país de Nicolás Maduro, um par chinês custa um terço desse valor.

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