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Facebook trabalha em satélite próprio para ampliar acesso a internet

Forplayday/iStock
Imagem: Forplayday/iStock

Helton Simões Gomes

Do UOL, em São Paulo

22/07/2018 10h53

O Facebook não desistiu do plano de não ser apenas uma rede social e passar também a levar internet a lugares remotos. A empresa desistiu de usar drones movidos a energia solar para levar conexão, mas não abriu mão da ideia de virar provedora de banda larga. Tanto é que planeja lançar um satélite em 2019.

Emails enviados pela Comissão Federal das Comunicações (FCC, na sigla em inglês) à revista “Wired” mostram que o Facebook já protocolou um pedido. Os planos são de lançar o satélite, chamado de Athena, no começo do ano que vem.

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As mensagens foram trocadas desde julho de 2016 até maio deste ano. Nelas, os advogados que representam uma empresa chamada PointView Tech LLC dizem que seu equipamento é desenhado para “fornecer de forma eficiente banda larga para áreas desassistidas e não atendidas ao redor do mundo”.

Em um documento público, a PointView Tech já até protocolou autorização para testar um “pequeno satélite experimental” ainda em abril de 2018.

Os emails não fazem menção de que a PointView pertença ao Facebook. Em maio, porém, os advogados informaram a representantes da FCC que executivos e engenheiros da rede social participariam de uma das reuniões. A “Wired” perguntou, e o Facebook confirmou que o envio da Athena ao espaço se trata de uma de suas iniciativas.

“Enquanto não temos nada específico sobre o projeto para compartilhar no momento, nós acreditamos que a tecnologia de satélite será um importante facilitador da próxima geração de infraestrutura de banda larga, tornando possível levar conectividade a áreas rurais onde a internet é precária ou não existente”, afirmou um porta-voz do Facebook à revista.

SpaceX, OneWeb, Google

Outras empresas de tecnologia também embarcaram em lançar satélites próprios para atuar como provedoras de banda larga. Uma delas é a SpaceX, de Elon Musk. Ela já lançou dois satélites do que espera ser uma rede composta por milhares deles e se chama Starlink. A outra delas é a OneWeb, que pertence ao Softbank.

Lançar satélites parece uma alternativa do Facebook para manter os planos de ampliar a banda larga no mundo. Há duas semanas, a rede social anunciou que encerraria um dos que parecia ser o braço mais importante dessa estratégia. O projeto Aquila, que usava drones movidos a energia solar para levar conexão a áreas remotas, foi transformado. Passou a ser uma iniciativa que desenvolve sistemas para guiar aeronaves pela internet.

Coincidência ou não, o Google fez o mesmo com seu projeto de fornecer banda larga por meio de drones em janeiro do ano passado. A ideia é concentrar no Projeto Loon, que usa balões para fazer conexões, e investir em satélites de outras companhias.