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Como um empresário italiano apostou tudo no Candy Crush e ficou bilionário

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Fabiana Uchinaka

Do UOL, em São Paulo

14/10/2018 12h10

Já faz cinco anos que um joguinho para celular ganhou os corações de milhares de pessoas. Criado pela King.com, o "Candy Crush" foi uma revolução no mercado de jogos e aplicativos e continua sendo um sucesso até hoje. O segredo está na forma como eles foi pensado para gerar lucro.

Por trás de tudo isso está um empresário italiano, que colocou todo o seu dinheiro pessoal na franquia e cofundou a King no início dos anos 2000. Em entrevista ao Mashable, Riccardo Zacconi contou que, para isso, vendeu o carro, saiu de seu apartamento e foi morar com uma amiga por dois anos e meio.

"Nós lançamos a King em 2003, e eu comecei a empresa com meus cofundadores que conheci em 1999", disse. "Eu coloquei basicamente tudo que eu tinha nela, e eu não tinha nada", diz. "Não tinha opção, naquela época estava difícil conseguir levantar dinheiro, e é nessas horas que você tem que ser mais criativo."

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Primeiro, ele e seus sócios lançaram os jogos na internet, para computadores, e começaram a fazer sucesso quando mudaram a estratégia para arrecadar dinheiro. Na época, o modelo-chave era o download, ou seja, você pagava para baixar o aplicativo. Ou baixava e recebia anúncios por trás.

"Mas, no nosso caso, você pagaria para competir contra os outros", explica.

E foi assim, pagando pouco para destravar níveis e ganhar vantagens, que eles fizeram fortuna.

Aos poucos, a King foi ganhando espaço também no Facebook e, por fim, chegou aos celulares.

"Pegamos os melhores jogos que desenvolvemos anteriormente e lançamos esses jogos no Facebook de uma maneira diferente, no formato 'saga', onde você tem um mapa e joga com os outros", explica.

Em novembro de 2012, veio o Candy Crush.

No ápice, o jogo faturou na casa dos US$ 500 milhões e chegou a 500 milhões de usuários ativos.

"O mais divertido era jogar com os outros. Nós introduzimos uma competição muito suave, não havia um vencedor ou um perdedor, como em nosso modelo antigo. Era um 'eu passei você'", acredita o empresário.

"[O jogo] é estruturado de uma forma que não exige que você jogue por muitas horas seguidas. É exatamente o oposto", defende "Nós estruturamos o jogo de uma forma que é fácil de aprender —você pode jogar em três minutos. Candy Crush agora tem mais de 3.800 níveis, mas cada nível pode ser jogado em apenas três minutos."

Para ele, aí está o sucesso do jogo: ser uma experiência voltada para o aplicativo do celular, que não exige que você fique jogando por horas e que te permite passar de fase enquanto espera o ônibus.

"Se você não passar de nível, você perde uma vida. Você tem cinco vidas, e uma vez que você perdeu as cinco vidas, nós lhe diremos: ou pára de jogar e espera 20 minutos ou paga ou convida alguns amigos", diz. E a maioria das pessoas não paga.

"Acho que a nossa principal métrica é a retenção dos usuários", afirma.

E foi assim que Zacconi guiou a empresa pelas fases dos jogos online (desktop, Facebook e mobile) até que ela fosse adquirida em 2015 pela gigante Activision Blizzard por US$ 5,9 bilhões.