Em substituição a Musk, Tesla tem uma nova chefe
A famosa fabricante de carros elétricos Tesla finalmente tem uma nova presidente-executivo. A chefia agora ficará com Robyn Denholm, que chega a empresa para substituir Elon Musk, criador da própria companhia.
Musk foi acusado de fraude e após um processo judicial concordou em deixar o comando da Tesla e a pagar uma multa de US$ 20 milhões a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, órgão regulador local.
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Uma investigação foi iniciada após algumas publicações de Musk no Twitter. Nas mensagens o criador da fabricante de carros elétricos chegou a afirmar que tinha “financiamento garantido” para comprar as ações da Tesla, torná-la uma empresa privada e tirar a montadora da Bolsa.
Para a Comissão de Valores norte-americana, as afirmações foram feitas para enganar investidores. Por conta disso, a multa foi determinada e o afastamento exigido. Mesmo com a multa, Musk chegou a dizer que a publicação havia “valido a pena”.
Quem é Robyn Denholm?
A executiva Robyn Denholm fez parte do Conselho da Tesla nos últimos quatro anos. Ela conciliava essa função com o cargo de diretora financeira e diretora de estratégia da Telstra, empresa importante no setor de telecomunicações da Austrália, desde o ano passado.
Agora como presidente-executiva da Tesla, Denholm deixará os cargos anteriores para se dedicar a nova função. A transição vai demorar seis meses, segundo a Tesla.
A executiva também teve passagens por empresas como Toyota, Sun Microsystems e Juniper Networks -- fabricante de equipamentos de redes em que ela atuou por cerca de nove anos.
Sobre a escolha de Denholm, Musk afirmou que a executiva tem bastante experiência no setor de tecnologia e automóveis e fez contribuições significativas como membro do Conselho da Tesla.
"Estou ansioso para trabalhar ainda mais de perto com Robyn enquanto continuamos acelerando o advento da energia sustentável", afirmou o criador da fabricante.
Entenda o caso
A SEC explica que Musk e alguns diretores da Tesla estavam, desde 2017, negociando com um fundo de investimento soberano um grande aporte para que a empresa construísse uma fábrica no Oriente Médio.
Em uma reunião em julho de 2018, Musk foi informado por um representante do fundo que a firma já havia adquirido 5% das ações da Tesla na Bolsa e tinha interesse de tornar a empresa privada. Só que não houve nenhuma sinalização do fundo de que o acordo estava fechado ou quais seriam as condições do negócio.
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Ainda assim, cinco dias antes do fatídico tuíte, Musk enviou um email ao alto escalão da Tesla. O título da mensagem era “Oferta para tornar Tesla privada por US$ 420”. Nela, Musk explicava que a estratégia de tirar a Tesla da Bolsa poderia impedir os “ataques difamatórios” de quem vendia ações da empresa a descoberto – operação de quem espera que os papéis caíam – e que resultam em “grande dano ao valor da marca”.
Musk pediu que o assunto fosse levado à apreciação dos acionistas o mais rápido possível, porque a oferta expiraria em 30 dias. O cálculo do valor a ser pago por ação, de US$ 420, também foi feito por Musk. O preço acrescentaria um prêmio de 20% sobre o valor de fechamento daquele dia.
Só que, considerando essas premissas, o valor deveria ser de US$ 419. O executivo argumentou que decidira arredondar o valor porque descobrira recentemente a correspondência entre o número e a maconha e acreditava que sua namorada “acharia divertido, o que admitia não ser uma boa razão para pinçar um preço”.
Além disso, o fundo, que estaria supostamente interessado em financiar o fechamento de capital da Tesla, só foi contatado em 10 de agosto, três dias após Musk ter publicado os tuítes.
(Com colaboração de Helton Simões Gomes)
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