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Quer um celular da Xiaomi? Saiba onde comprar e os cuidados que deve tomar

Modelo Mi 8 da Xiaomi é um dos mais avançados da marca - Divulgação
Modelo Mi 8 da Xiaomi é um dos mais avançados da marca Imagem: Divulgação

Bruna Souza Cruz

Do UOL, em São Paulo

21/12/2018 04h00

Já passou o tempo em que celular chinês era sinônimo de coisa barata e sem qualidade. Os smartphones fabricados pelas gigantes da indústria asiática começaram a atrair consumidores principalmente pelas tecnologias avançadas e pelo preço mais acessível. Quer ver?

A Xiaomi já é uma das maiores vendedoras de smartphones do mundo e a sua linha mais avançada até agora é a Mi 8. O modelo se destaca por sua câmera frontal de 20 MP, câmera traseira dupla de 12 MP em cada lente e desempenho digno de um top de linha.

Fazendo uma rápida busca na internet, é possível encontrá-lo por preços que variam de R$ 2.340 a R$ 2.639.

A empresa não tem sede no Brasil e não comercializa oficialmente os seus celulares por aqui. Mas existem empresas parceiras que fazem isso por você ao importar os aparelhos.

Se pensarmos em um celular top de linha, o preço do Mi 8 está bem abaixo dos R$ 5.199 do iPhone XR (o lançamento mais barato da Apple em 2018) e dos R$ 3.999 do Galaxy S9. Curtiu?

Então, para o barato não sair caro, separamos algumas dicas para você ficar esperto(a) antes de fazer qualquer compra.

Onde comprar um celular da Xiaomi para chamar de meu?

As vendas são todas online. Os sites varejistas das Casas Bahia, Carrefour e Extra estão na lista dos que vendem alguns modelos da Xiaomi (o Mi 8, inclusive), mas via outras lojas dentro do marketplace.

Se você é fã dos aparelhos da marca, já deve ter ouvido falar também na loja Mi Store Brasil. Ela afirma que não é uma revendedora autorizada, mas se parece como uma na prática (o que causa confusão).

Ela trabalha com a importação de produtos da Xiaomi e ainda utiliza as letrinhas características da empresa chinesa: "MI". Quanto a isso, a Mi Store Brasil afirma em seu site que faz esse uso porque vende produtos da Xiaomi. Então, não tinha como ser diferente.

Basicamente, a diferença é que uma revendedora autorizada tem um acordo oficial com determinada fabricante. Então, ela pode comercializar os produtos em nome da marca oficialmente e o seu funcionamento é acordado entre as partes (podem vender produtos e prestar assistência técnica também). 

No caso das importadoras, não existe essa parceria oficial. Elas simplesmente compram os produtos de uma ou mais fabricantes e os revendem. 

É como se fosse comprar um iPhone. A iPlace é uma revendedora oficial e segue determinadas regras da Apple. Mas existem lojas que importam o produto independentemente da fabricante.

É possível também fazer a compra em sites no exterior, como Amazon, Alixpress e Gearbest. Eles revendem alguns modelos da Xiaomi e entregam os produtos por aqui - alguns podem cobrar o preço do frete para a entrega internacional. De modo geral, eles funcionam mais como intermediadores o consumidor final e as importadoras.

O celular vai funcionar normalmente no Brasil?

Por ser um produto que não é vendido oficialmente no Brasil, os celulares da Xiaomi não são homologados pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações).

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Confira

Apesar disso, o órgão reconhece algumas certificações internacionais. Por isso, os modelos da fabricante chinesa não são considerados irregulares.

Você precisa também ficar de olho nas especificações técnicas exibidas pelos sites. Em geral, celulares quadriband conseguem funcionar com os padrões de sinais de todo o mundo. Aqui explicamos como confirmar o funcionamento.

Cuidados antes da compra

A principal questão é a assistência técnica. Se der algum problema no celular, você não vai pode recorrer a uma representação oficial da marca.

Você terá que verificar no site em que comprou qual o procedimento deve ser feito para uma possível troca total do aparelho. As peças oficiais dos celulares para eventuais reparos podem não ser achadas aqui, já que a Xiaomi não existe no Brasil.

Mas quanto tempo o celular tem de garantia e quais são as regras para a troca são outros pontos de atenção. Cada empresa citada acima funciona de uma forma. Por isso, mais uma vez a recomendação é procurar informações detalhadas em seus sites oficiais antes de bater o martelo.

No caso das Casas Bahia, Carrefour e Extra, as empresas funcionam como intermediárias entre o comprador e empresas importadoras dos produtos chineses. Em todas as descrições, os sites reforçam que os parceiros - como são chamadas as importadoras - são confiáveis e trabalham dentro de suas regras. Existe uma análise prévia do histórico dos lojistas e a entrega é garantida por elas.

Caso algo dê errado, o consumidor pode entrar em contato com o site em que o celular foi comprado para ver os procedimentos que precisa tomar para uma eventual troca -- ou até mesmo devolução do valor gasto.

Em todo caso, as empresas são obrigadas a oferecer uma garantia mínima de 90 dias, explica a advogada Roberta Densa, professora de direito do consumidor.

Segundo ela, o site que comercializou o produto, o importador e o fabricante podem ser responsabilizados em caso de algum problema ligado à qualidade (tipo, o celular não ligar).

Já no caso de danos envolvendo a saúde ou a segurança do consumidor (como explosões), o fabricante é que deve responder. No entanto, existe um ponto de atenção aqui no caso dos importadores.

"O importador para os fins do Código de Defesa do Consumidor é um fornecedor. Para todos os efeitos é como se ele fosse o fabricante. O importador responde pelos danos causados pelos consumidores. Por ele ter sido o importador, ele é o responsável perante o consumidor", ressalta a advogada.

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Existe ainda a garantia estendida que pode ser ofertada gratuitamente pelas empresas ou contratadas em algumas lojas virtuais.

A Mi Store Brasil, por exemplo, informa que dá uma garantia de até um ano. O site Gearbest trabalha com o mesmo prazo dependendo do produto.

Vale reforçar: todos os produtos devem ser comercializados com a devida nota fiscal.

Reputação

Outra dica é pesquisar se existem muitas reclamações dessas empresas que tenham ligação com a venda de produtos vindos de fora. O site Reclame Aqui é uma boa pedida.

Xiaomi "morou" Brasil, mas foi embora

A fabricante chinesa tentou expandir sua atuação para o Brasil em 2013 ao contratar o brasileiro Hugo Barra. Na época o executivo era o vice-presidente mundial de Android.

Por aqui, Barra tentou trazer a montagem de celulares da Xiaomi para as terras brasileiras. Não deu certo. O país passava por uma crise econômica e alguns benefícios fiscais que empresas estrangeiras tinham foram suspensos.

Mas, no mundo, as vendas da chinesa saltaram de 15,7 milhões em 2016 para 28,2 milhões em 2017. Então, quem sabe um dia a expansão da marca não passe por aqui.