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Por que celular Xiaomi à venda no Brasil não acessa nosso melhor 4G?

Pocophone F1 e Redmi Note 6 Pro, celulares da Xiaomi que a DL está vendendo no Brasil - Divulgação
Pocophone F1 e Redmi Note 6 Pro, celulares da Xiaomi que a DL está vendendo no Brasil Imagem: Divulgação

Márcio Padrão

Do UOL, em São Paulo

31/03/2019 14h50Atualizada em 01/04/2019 08h22

Resumo da notícia

  • Pocophone F1 não é compatível com a banda 28 (700 MHz), 4G mais rápido do país
  • Esse é o mesmo dilema de quem compra iPhones XR, XS e XS Max nos EUA
  • Outro modelo Xiaomi à venda no Brasil, o Redmi Note 6 Pro, suporta a banda 28

Um dos celulares da fabricante chinesa Xiaomi à venda no Brasil com a empresa DL e a varejista Ricardo Eletro, o Pocophone F1, não é compatível com a banda de rede 4G mais rápida do país, segundo seu certificado de conformidade técnica na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Isso pode trazer uma experiência de uso de internet um pouco inferior para o usuário.

Desde fevereiro, o Pocophone F1 e o Redmi Note 6 Pro são os únicos modelos da Xiaomi que são comercializados pela DL, autorizada a ser a representante comercial oficial no Brasil da marca chinesa. Destes dois, só o Pocophone não opera com a banda 28 (APT 700 MHz), considerada a melhor para internet móvel atualmente.

Esse é o mesmo dilema que aflige quem compra o iPhone XR ou o iPhone XS e XS Max nos EUA, que também não são compatíveis com essa banda. As versões brasileiras desses modelos receberam o suporte a essa frequência, assim como os iPhones comercializados na Europa.

No caso do smartphone da Xiaomi, o Pocophone F1 não tem acesso à banda 28 nem na sua versão global --a mesma comercializada no Brasil-- nem na versão indiana, conhecida como "Poco F1". Para resumir: não foi sacanagem com o Brasil, mas é algo inerente ao modelo em todo o mundo.

Mas calma. Isso não quer dizer que você vai ficar sem internet alguma se comprar esse modelo. Ele é compatível com outras bandas de 2G, 3G e 4G, como a 1 (2.100 MHz), a 3 (1.800 MHz) e a 7 (2.600 MHz). Estas últimas também fornecem 4G em diversas cidades brasileiras e têm ampla cobertura no país. A questão é que essas bandas são consideradas tecnicamente inferiores à 28.

"E o Redmi Note 6 Pro?", você pergunta. Esse sim teve sorte, pois suporta a banda 28, além de outras como a 1, a 3 e a 7. Mas lembramos que este é um modelo intermediário, enquanto o Pocophone é premium. Saiba mais sobre os dois celulares e seus preços.

Os modelos da Xiaomi trazidos oficialmente pela DL só estão disponíveis na rede física de lojas Ricardo Eletro. Há alternativas: vários celulares da marca podem ser comprados em sites de importação por bons preços, como o Gearbest e Aliexpress, além das grandes varejistas como Submarino e Casas Bahia via marketplace (lojas terceirizadas). Mas há alguns riscos para os clientes nessa operação.

Entenda a banda 28

A banda 28 (700 APT MHZ) é a melhor banda de internet móvel adotada no Brasil pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). O Brasil passou a adotá-la no ano passado.

Segundo a Anatel, a frequência permite a transmissão da banda larga móvel a uma velocidade três vezes maior do que o 4G atual, chegando a 45 Mbps (megabits por segundo). Calcula-se que no Brasil, a velocidade média do 4G é de 12 Mbps.

A faixa 28 de 700 MHz foi por muitos anos usada pelo sinal da TV analógica que chegava em nossas casas. Com a transição para a TV digital, iniciada em 2015, a faixa ficou livre para ser usada pelos celulares.

São três as operadoras brasileiras que já usam a banda 28 de 700 MHz: Claro, TIM e Vivo --Oi e Nextel não a usam e oferecem 4G apenas nas bandas 1, 3 e 7.