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Greve de motoristas da Uber: tudo o que você precisa saber sobre o protesto

Protesto contra Uber está marcado para vários locais do mundo - Getty Images
Protesto contra Uber está marcado para vários locais do mundo Imagem: Getty Images

Gabriel Francisco Ribeiro

Do UOL, em São Paulo

08/05/2019 04h00Atualizada em 08/05/2019 12h49

Resumo da notícia

  • Motoristas da Uber farão paralisação no mundo todo antes do IPO da empresa
  • No Brasil, associações apoiam que condutores desliguem o app
  • Greve no Brasil deve ocorrer entre 0h de quarta (8) e 0h de quinta (9)
  • Motoristas lutam por maiores ganhos na Uber e também por mais segurança

Parte dos motoristas da Uber no Brasil resolveu aderir ao movimento iniciado nos Estados Unidos e faz greve por aqui nesta quarta-feira (8). Entidades, associações e condutores independentes recomendam que quem está incomodado com a empresa fique o dia todo com a plataforma desligada. A diretriz é que todos desliguem o app entre a 0h e 23h59 desta quarta (8) - ou seja, durante todo o dia, por 24 horas.

A intenção é pressionar para que o motorista ganhe mais, em meio à abertura de capital da Uber na Bolsa de Valores - a empresa deve fazer seu bilionário IPO (sigla em inglês para oferta pública inicial) até o fim desta semana.

Abaixo, separamos tudo o que você precisa saber sobre a greve de motoristas:

Quem parou?

A decisão de parar partiu de motoristas da Uber antes da abertura de capital da empresa na Bolsa de Valores dos Estados Unidos. A intenção é chamar a atenção para os ganhos dos condutores, que estariam desvalorizados.

Algumas entidades já protestaram há algumas semanas no Brasil após a 99 mudar a forma de pagamento de motoristas. Agora, essas entidades e outras associações se uniram em apoio à paralisação internacional.

Quanto tempo vai durar a greve?

No Brasil, a instrução é que motoristas da Uber desliguem o aplicativo entre a 0h de quarta (8) e a 0h de quinta (9). Após esse período, haverá um balanço mundial dos atos para saber que caminho seguir.

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Nos Estados Unidos, a paralisação, também em protesto contra a concorrente Lyft, atingirá regiões como Nova York, Los Angeles, Filadélfia, Washington, Chicago, San Francisco, Boston, San Diego, Connectcut e Atlanta.

Cidades do Reino Unido e da Austrália também confirmaram adesão à paralisação, que deve incluir ainda outros países globalmente.

No Brasil, associações dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minais Gerais, Rio Grande do Sul. Tocantins, Pernambuco, Espírito Santo e Bahia confirmaram a paralisação dos motoristas insatisfeitos. Como a conversa é feita por WhatsApp e redes sociais, é possível que a abrangência seja maior.

Outros aplicativos são afetados?

Sim. A greve toma como base a abertura de capital da Uber, mas a orientação é que todos os aplicativos sejam desligados pelos condutores, já que os motoristas acreditam que há uma defasagem na tarifa em todos. Ou seja, 99, Cabify e outros também podem ser afetados. Táxis, obviamente, não farão parte da mobilização.

Por que motoristas fazem a greve?

A greve é motivada, principalmente, pela exigência de que os motoristas recebam pagamentos melhores. No Brasil, por exemplo, condutores pedem aumento no valor do quilômetro rodado e de ao menos R$ 2 na tarifa básica, além da queda no valor da taxa cobrada pela Uber de cada motorista por corrida --para algo entre 15% e 20%.

Os motoristas brasileiros ainda solicitam mais segurança da Uber. Entre as exigências está um cadastro mais rigoroso de passageiros na plataforma, com conferência de documentos e fotos de quem solicita carros.

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Nem os motoristas sabem qual será a abrangência da greve nesta quarta (8). Segundo Eduardo Lima, presidente da Amasp (Associação dos Motoristas de Aplicativo de São Paulo), o protesto é repassado principalmente por redes sociais e grupos de aplicativos de mensagem, então não dá para saber o alcance. As associações lembram que há condutores que estão satisfeitos e outros que sequer sabem da paralisação. Por isso, é possível que o passageiro não sinta tanto os efeitos em algumas cidades.

Há protestos físicos?

Sim. O principal ato físico, organizado pela CoopDrivers, ocorre nesta manhã no Vale do Anhangabaú, no centro de São Paulo. Os condutores deverão seguir até a Bolsa de Valores da capital. Estão previstos atos para Sorocaba (SP), Campinas (SP), Guarulhos (SP), Limeira (SP), Rio de Janeiro, Recife, Acre, Brasília e Bahia.

O que é o IPO da Uber?

A oferta inicial de capital na Bolsa de Valores de uma das maiores empresas do mundo é cercada de expectativa. A companhia pode ser avaliada em US$ 90 bilhões e estima-se que seu IPO seja o maior desde o realizado pelo Alibaba, em 2014. A abertura de capital deve ocorrer até o fim desta semana, após anos de especulação.

O que diz a Uber sobre a manifestação?

O UOL Tecnologia procurou a assessoria de imprensa da Uber no Brasil na última terça (7), mas ainda não recebeu um posicionamento sobre o movimento. Fora do Brasil, a companhia diz que trabalha para melhorar a experiência de motoristas no serviço.

"Motoristas são o coração do nosso serviço - não podemos ser bem-sucedidos sem eles - e milhares de pessoas trabalham na Uber todos os dias focados em como fazer a experiência melhor, dentro ou fora das ruas. Seja ganhos mais consistentes, proteções de seguro mais fortes ou cursos de quatro anos financiados para motoristas e suas famílias, nós vamos continuar trabalhando para melhorar a experiência para e com os motoristas", afirmou a Uber nos Estados Unidos.

Errata: este conteúdo foi atualizado
A greve deve acontecer entre 0h de quarta e 0h de quinta. O texto já foi corrigido.