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28/07/2010 - 18h22

Ex-preso político cubano paraplégico chega a Miami

MIAMI, 28 Jul 2010 (AFP) -O ex-preso político cubano paraplégico Ariel Sigler, libertado em 12 de junho, chegou nesta quarta-feira a Miami para receber tratamento médico, tendo sido recebido por uma centena de exilados de seu país, para os quais gritou: "abaixo a ditadura em Cuba", constatou um jornalista da AFP.

"A prisão da ditadura não pôde me vencer (...), agora estou pronto para continuar a luta aqui, mais do que nunca", gritou Singler, em uma cadeira de rodas e em meio a uma multidão que se aproximava dele com bandeiras cubanas para cumprimentá-lo no aeroporto de Miami.

Sigler, 46 anos, foi o primeiro preso político libertado após um diálogo entre o presidente Raúl Castro e o cardeal Jaime Ortega em 19 de maio. Devido a seu estado de saúde frágil, foi-lhe concedido visto humanitário e permissão de saída do país para receber tratamento no Hospital Jackson de Miami. Sua mulher e seus filhos ficaram em Cuba.

"Sinto uma mistura de alegria e dor", disse Sigler depois de sair do avião. "Sinto alegria porque estou em uma nação livre, onde os direitos humanos são respeitados, e onde vão me ajudar no reestabelecimento de minha saúde".

"Mas também sinto dor porque sou um patriota, amo o meu país e penso em meus irmãos, em todos aqueles que se encontram detidos nas prisões de Fidel Castro. Abaixo a ditadura!", gritou.

Seu irmão, Miguel Sigler, que foi preso político em Cuba e se exilou em Miami quando foi libertado, organizou uma caótica coletiva de imprensa em um setor do aeroporto, cheio de bandeiras cubanas e de exilados, que receberam o novo membro da comunidade aos gritos de "Viva Cuba Livre".

"Ariel, mostre, por favor, como eles te trataram", disse Miguel a seu irmão.

"Vocês podem ver em que estado me deixou a ditadura que governa Cuba", disse Sigler, mostrando suas pernas raquíticas.

O prefeito de Miami, Tomás Regalado, de origem cubana, deu-lhe as boas-vindas e disse que hoje é "um dia de felicidade" para os cubanos da cidade pela chegada de Sigler, desejando a ele rápida recuperação.

Sigler, que está em cadeira de rodas desde setembro de 2008, também sofre de uma série de doenças crônicas como polineuropatia e problemas digestivos e renais.

Várias organizações de exilados cubanos que organizaram doações para ajudá-lo com os gastos de sua chegada e tratamento, entregaram-lhe os cheques em mãos.

Considerado preso de consciência pela Anistia Internacional, Sigler cumpria uma condenação de 20 anos de prisão. Ele liderava um movimento opositor quando foi detido, em 18 de março de 2003, junto a seus irmãos Guido - que ainda está preso - e Miguel.

Após a mediação da Igreja, o presidente cubano Raúl Castro autorizou a libertação gradual de 52 opositores - 20 já emigrados à Espanha -, que estavam entre os 75 dissidentes condenados há sete anos durante a chamada "Primavera Negra", quando ocorreu uma onda de prisões contra opositores e jornalistas independentes.

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