Topo

EUA: Divulgado relatório médico favorável a vigia em caso de jovem negro morto

16/05/2012 12h43

MIAMI, 16 Mai 2012 (AFP) -Um dia após a morte de Trayvon Martin na Flórida, o vigia George Zimmerman - acusado de assassinato - visitou um médico que fez um registro escrito de que sofreu lesões, o que respaldaria seu argumento de que atirou no jovem em legítima defesa, informou a rede de televisão americana ABC News.

Quando o vigia foi ao médico tinha uma fratura no nariz, os olhos com hematomas e ferimentos na cabeça, indicou a rede.

O relatório realizado pelo médico da família Zimmerman - segundo a ABC News e ao qual a rede teve acesso - mostra que foram prescritos a Zimmerman os calmantes Adderall e Temazepam. Além disso, o médico recomendou que buscasse ajuda psicológica depois de sua avaliação, revelou.

Já o canal do centro da Flórida, WFTV-Channel 9, informou na noite de terça-feira que a necropsia de Trayvon Martin mostrou ferimentos nos nós dos dedos de suas mãos.

O relatório médico de Zimmerman que será apresentado por sua defesa se apoiará nos argumentos do vigia voluntário, que alega que no dia 26 de fevereiro disparou em legítima defesa contra o jovem negro de 17 anos que andava desarmado, e que supostamente o atacou enquanto ele patrulhava uma região de Sanford (centro da Flórida).

Uma lei permissiva sobre o uso de armas na Flórida permite que uma pessoa atire em legítima defesa toda vez que se sentir em perigo de ser mortalmente ou gravemente ferida. Esta alegação concede impunidade diante da justiça.

Até o momento, o advogado de Zimmerman, Mark O'Mara, não atendeu as ligações da AFP para confirmar este relatório, e também não divulgou um comunicado no site do caso, criado no mês passado para arrecadar fundos para seu cliente e informar sobre o processo que desde fevereiro divide a opinião pública americana.

Zimmerman, em liberdade condicional desde o dia 23 de abril e com paradeiro desconhecido até o eventual início de um julgamento, é acusado de assassinato em segundo grau, enquanto a família de Martin e vários líderes de movimentos dos direitos civis nos Estados Unidos sustentam que o preconceito racial motivou o crime e influenciou a atuação da polícia.

Zimmerman declarou não ser culpado do assassinato e deverá comparecer no dia 8 de agosto a outra audiência. Até o momento, não foi fixada uma data para o julgamento.