De olho no mercado latino, Romney evita falar de imigração

WASHINGTON, 23 Mai 2012 (AFP) -O candidato republicano à Casa Branca, Mitt Romney, pediu nesta quarta-feira para que se aproveite o "enorme mercado" da América Latina para alavancar a economia americana, em discurso para empresários hispânicos no qual evitou comentar o polêmico tema da imigração.

Romney, adversário virtual de Barack Obama nas eleições de novembro, criticou o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e o líder cubano, Fidel Castro, enquanto pediu para promover os valores da livre empresa e da democracia, em sua mensagem ao grupo empresarial conservador Coalizão Latina.

"Estou muito preocupado com o que acontece no Oriente Médio e na China, mas também me interessa o que está acontecendo na América Latina", disse Romney, ao responder a perguntas dos asssistentes, entre eles alguns legisladores latino-americanos.

"Neste clima, precisamos de um presidente que se concentre tanto nas oportunidades e necessidades de nossas comunidades no nosso hemisfério, quanto no resto do mundo", disse Romney em seu primeiro discurso perante um grupo hispânico desde que sua candidatura fosse considerada um fato.

Romney se referiu ao "enorme mercado na América Latina, no qual temos vantagens a alcançar", como um dos elementos a aproveitar para revitalizar a economia americana.

Mas advertiu que "o que Hugo Chávez e Castro estão fazendo é um grande perigo para nós e para o povo do mundo" e por isso "devemos ativamente comunicar e promover nossos valores".

O discurso de Romney, de pouco mais de meia hora, se concentrou em um plano de reforma educativa para oferecer mais oportunidades a grupos desfavorecidos e minorias.

Mas evitou falar do tema migratório, um dos mais sensíveis para os hispânicos, a principal minoria do país (com 52 milhões de pessoas), com um crescente poder eleitoral, e que é cortejada ativamente tanto pelos republicanos quanto pelos democratas com vistas às eleições de novembro.

As posições de Romney sobre a imigração ilegal causaram polêmica no passado e têm arrancado críticas de legisladores democratas e grupos de defesa dos imigrantes.

Romney qualificou de "modelo" a dura lei que penaliza a imigração ilegal no Arizona, cuja constitucionalidade é avaliada pela Suprema Corte e disse que vetaria uma reforma parcial conhecida como Dream Act, que abre a via à legalização de centenas de milhares de jovens ilegais.

Nos Estados Unidos vivem 11,5 milhões de ilegais, a maioria deles, de hispânicos.

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