Ataque contra principal aeroporto do Paquistão deixa 12 mortos
"Zona liberada. Nenhum dano aos aviões. O incêndio visto em imagens foi extinto, mas se tratava de um prédio e não de um avião. Todas as atividades vitais do aeroporto estão intactas", declarou o porta-voz do Exército Asim Bajwa pela manhã.
Entre os doze mortos estão seis agressores, três membros das Forças de Segurança do Aeroporto (ASF) e dois funcionários da companhia Pakistan International Airlines, segundo um oficial de Inteligência e a doutora Seemi Khamali, que dirige o principal centro médico da cidade, o Jinnah Hospital.
O oficial de Inteligência, que pediu para ter a identidade preservada, disse que o ataque envolveu mais de doze homens, fortemente armados com fuzis de assalto e explosivos. Ao menos um suicida teria detonado explosivos que levava no próprio corpo.
Duas fortes explosões sacudiram o aeroporto em meio ao ataque.
Asim Saleem Bajwa revelou que "todos os passageiros foram evacuados" e o funcionário da autoridade de aviação civil, Abid Qaimkhani, relatou a suspensão de todos os voos.
Um oficial do Exército, que se identificou como coronel Nayer, disse que "entre quatro e cinco terroristas conseguiram chegar às pistas do aeroporto". Estavam "fortemente armados, com muita munição e granadas".
Segundo as primeiras informações, os agressores entraram no Aeroporto Internacional Jinnah por ao menos dois pontos, cortando uma grade que protegia o antigo terminal, que não é mais utilizado pelos passageiros mas ainda abriga escritórios, hangares e oficinas.
A ação ainda não foi reivindicada, mas ataques precedentes contra instalações vitais no Paquistão foram atribuídos aos talibãs.
O Paquistão é sacudido, há mais de uma década, por uma revolta islâmista que já deixou milhares de mortos.
Em 2011, um grupo islâmico atacou a base naval de Karachi, no principal porto do país, matando 10 pessoas e destruindo dois aviões Orion de fabricação americana, em uma ação que durou mais de 17 horas.
Na província do Baluchistão, no sudoeste do país, outros dois ataques neste domingo mataram 23 pessoas, a maioria peregrinos xiitas.
A ação visou dois restaurantes frequentados por membros da minoria xiita em Taftan, na zona da fronteira com o Irã.
Segundo Akbar Durrani, ministro do Interior do Baluchistão, quatro homens com explosivos no corpo e fuzis atacaram dois restaurantes onde se encontravam cerca de 300 peregrinos xiitas, procedentes de diversas regiões do Paquistão.
O Baluchistão, na fronteira com Irã e Afeganistão, é palco de repetidos atos de violência, incluindo atentados contra a minoria xiita, que representa 20% da população paquistanesa.
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