Televisão estatal síria exibe imagens de Assad com novo ministro

A televisão estatal síria transmitiu nesta quinta-feira (19) imagens do presidente Bashar al-Assad em um encontro com o novo ministro da Defesa, Fahd al-Freij.

Esta foi a primeira aparição de Assad desde que um ataque a bomba realizado em Damasco na quarta-feira (18) matou três funcionários de alto escalão do regime, incluindo o antecessor de Freij, Daoud Rajha.

A crise na Síria em fotos
A crise na Síria em fotos

Nas imagens, Assad, com um terno azul escuro, participa da cerimônia de juramento de Freik, vestido com o traje militar completo.

A transmissão foi feita em meio a especulações sobre o paradeiro do presidente - alimentadas pelo silêncio de Assad - depois da morte de três funcionários de alto escalão do regime.

Um dia depois do atentado que matou ao menos três pessoas do alto escalão do governo sírio, opositores e autoridades divergem sobre onde está o presidente do país.  Segundo fontes da oposição e um diplomata ocidental ouvidas pela "Reuters", Assad está na cidade litorânea de Latakia, comandando a resposta ao ataque que matou seu cunhado e dois de seus principais chefes militares - o ministro da Defesa, Daoud Rajiha; o vice-ministro deste departamento e cunhado de Assad, Assef Shawkat; e o assistente presidencial Hassan Turkmani. 

Já a "Efe", citando uma fonte oficial, diz que o presidente sírio continua em Damasco, e foi despachar em seu escritório normalmente nesta quinta-feira (19). O diário libanês "As Safir", próximo ao regime sírio, também afirma hoje que o chefe de Estado se encontra em seu escritório na capital.

Na quarta-feira (18), os primeiros rumores sobre uma fuga de Assad pelo aeroporto da capital surgiram no Twitter. O ativista sírio Rami Jarrah, em seu perfil na rede de microblogs (@alexanderpagesy), escreveu: "informações do círculo de Assad são que ele está de fato ferido e foi transferido para a Lattakia". 

Segundo as fontes ouvidas pela "Reuters", Assad, que não aparece em público desde a explosão de quarta-feira (18), está comandando a operação do governo, segundo as fontes. Não ficou claro se ele viajou para o balneário no mar Mediterrâneo antes ou depois do ataque.

"Nossa informação é que ele está em seu palácio em Latakia e pode estar lá há alguns dias", disse uma importante figura da oposição, que pediu anonimato.

Várias cidades na província de Latakia são habitadas por membros da seita alauíta, de Assad, que é minoria no país. A fonte negou que o presidente tenha se transferido à cidade de Latakia, junto à costa mediterrânea, para planejar uma resposta ao ataque, como informaram alguns veículos da imprensa internacional.

Confronto recomeça

Nesta quinta-feira (19), as forças do regime sírio intensificaram suas operações um dia após a morte  em um atentado em Damasco. Em seu perfil no Twitter, outro ativista sírio, Sami al-Hamwi (@HamaEcho), relatou "conflitos pesados em Damasco hoje (quinta) de manhã", com um link para um vídeo do Youtube onde, supostamente, se veem os embates ao lado do palácio presidencial. 

O ataque de quarta-feira (18) é o maior golpe perpetrado contra o regime pelos rebeldes desde o início das revoltas na Síria, em março de 2011. O Exército Livre Sírio (ELS) reivindica a autoria do ataque. O Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), sediado em Londres, diz que pelo menos 214 pessoas, em sua maioria civis, morreram na quarta-feira (18)  na Síria, sendo 38 em Damasco. Da contagem de corpos, 62 são soldados e 28 rebeldes.

O balanço do OSDH exclui os três funcionários do alto escalão sírio. (com agências)

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