Foguete palestino cai perto de Jerusalém, o primeiro no conflito

GAZA, 16 Nov 2012 (AFP) -Um foguete disparado pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza atingiu nesta sexta-feira os arredores de Jerusalém, pela primeira vez na história do conflito israelense-palestino, marcando uma intensificação da nova escalada no confronto entre Israel e grupos armados palestinos.

Foguete palestino cai perto de Tel Aviv, no mar


No terceiro dia de conflito, o ministro israelense da Defesa ordenou a convocação de novos reservistas, após o início da mobilização de 16.000 deles, e disse estar pronto para expandir suas operações.

Em Gaza, o braço armado do Hamas, as Brigadas Ezzedine al-Qassam, reivindicou o disparo contra Jerusalém, onde a sirene de alerta soou no início da tarde. "Nós bombardeamos Jerusalém ocupada com um foguete M75 posicionado pela Al-Qassam", escreveu em um comunicado.

Poucas horas antes, um foguete caiu fora de Tel Aviv, assim como na véspera, provocando pânico na praia ao longo da costa da metrópole israelense. O artefato caiu a 200 metros da beira-mar, onde está localizada a embaixada dos Estados Unidos.

Jamais um projétil de Gaza tinha caído tão longe em território israelense.

"A Força Aérea realizou a maioria das missões e nós registramos sucessos significativos. O exército está pronto para expandir sua operação", declarou Moshé Yaalon, ministro dos Assuntos Estratégicos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em plena campanha eleitoral, declarou na quinta-feira que seu país tomará "todas as ações necessárias".

Desde quarta-feira, 280 foguetes foram disparados de Gaza contra Israel, causando a morte de três pessoas. Deste total, 131 fora interceptados pelo sistema antimísseis "Domo de Ferro", do exército israelense.

Segundo a polícia, mais de 50 foguetes foram lançado de Gaza contra o sul de Israel durante a noite.

Um jornalista da AFP viu tropas sendo transportadas em blindados e escavadeiras perto da cerca de fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza, onde os tanques estão estacionados há 48 horas.

Manifestações em apoio ao Hamas, um movimento de luta armada contra Israel, aconteceram na Cisjordânia, Irã, Cairo e nos campos de refugiados palestinos no Líbano.

Vários países ocidentais, entre eles Estados Unidos e Alemanha, apelaram ao Egito, liderado pela Irmandade Muçulmana, movimento que deu origem ao Hamas no poder em Gaza, para usar a sua influência para acalmar a situação.

No Líbano, o movimento xiita Hezbollah comemorou os ataques a Tel Aviv, falando de um avanço significativo.

A partir do Egito, a Tunísia anunciou que seu ministro das Relações Exteriores, Rafik Abdessalem, viajará sábado para Gaza.

Por fim, o presidente palestino, Mahmud Abbas, assegurou que a ofensiva israelense não prejudicará a gestão palestina para pedir o estatuto de Estado não membro da ONU, que deve ser submetida à Assembleia Geral em 29 de novembro.

"O que acontece em Gaza visa a criar obstáculo para nosso pedido de um Estado de Palestina não membro da ONU, mas faremos com que seja votada a resolução em 29 de novembro. Ninguém pode nos deter", declarou Abbas.