Obama descarta militarização da guerra antidrogas

SAN JOSE, 04 Mai 2013 (AFP) - O presidente dos EUA, Barack Obama, negou nesta sexta-feira, em San José, que esteja interessado em "militarizar" a guerra contra as drogas, ao reconhecer "a dor" que o narcotráfico tem causado na América Central.

"Não tenho interesse em militarizar a luta contra o narcotráfico. Isso compete às forças policiais", afirmou Obama, em entrevista coletiva junto com a presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, no Centro Nacional de Cultura, no centro de San José.

"Acho que todos nós reconhecemos a dor que o tráfico de drogas tem causado na América Central. Esse mesmo custo trágico do combate ao narcotráfico na América Central também é sentido nos Estados Unidos", declarou.

O presidente americano, que após a reunião bilateral com Chinchilla se reunirá com os presidentes da América Central, destacou a necessidade de trabalhar em conjunto com a região para conter as quadrilhas de traficantes de drogas.

"O narcotráfico é um problema comum que poderemos resolver somente juntos (...) Há efeitos comuns e responsabilidades comuns, por isso é importante que trabalhemos em uma base regional", frisou.

A América Central, onde Obama conclui sua viagem de três dias iniciada no México, é a área sem conflito bélico mais violenta do planeta, com 40 homicídios por cada 100 mil habitantes, e passagem de 90% da cocaína que vai da América do Sul para os EUA, principal consumidor mundial.

Obama destacou os US$ 500 milhões de dólares que os EUA destinaram como ajuda em temas de segurança desde 2008, mas disse que as relações com a região não devem se basear apenas no problema do narcotráfico.

"Os EUA deram muito dinheiro para contribuir com a luta contra os cartéis e as organizações criminosas", completou Obama.

Chinchilla destacou, por sua vez, a necessidade de abordar a luta contra o crime organizado "por um enfoque mais integral e diverso" e "não apenas pelos instrumentos da guerra".

"Não é apenas pelos instrumentos da guerra que poderemos enfrentar esse mal", afirmou.

Os presidente da América Central pedem dos EUA um maior compromisso, que vá além de operações conjuntas e seja mais compatível com sua responsabilidade como principal consumidor.



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