As autoridades da prisão de Guantánamo (em Cuba) deram por terminada, nesta segunda-feira (23), a greve de fome sem precedentes de parte dos reclusos há mais de seis meses para protestar contra a sua detenção.

Em seu último relatório diário, o tenente-coronel Samuel House, porta-voz do complexo penitenciário, indicou que apenas 19 dos 164 presos em Guantánamo mantinham a greve nesta segunda-feira.

Dezoito deles ainda estão sendo alimentados por uma sonda nasogástrica e nenhum estava hospitalizado, indicou o porta-voz, que considerou que a proporção é comparável ao número residual de grevistas de fome em Guantánamo desde 11 de setembro.

O protesto que os advogados e autoridades classificaram como "sem precedentes por sua duração e magnitude" envolveu 106 detentos no ápice da greve, no dia 10 de julho, dos quais até 46 foram alimentados à força, e um pequeno grupo, hospitalizado, segundo as autoridades.

"Depois do relatório de hoje, a força de coalizão da Base de Guantánamo [que dirige a prisão] não divulgará mais os números diários da greve de fome", explicou House. "Desde 2007, há um pequeno número de detentos que opta por fazer greve de fome de longa duração, com eventuais aumentos e reduções" no número de participantes.

"Desde 10 de julho de 2013, o número de grevistas cai de maneira significativa", acrescentou em um comunicado.

Uma revista no campo 6, onde está a maioria dos detentos, desencadeou a ira dos presos no dia 6 de fevereiro quando os guardas manusearam vários exemplares do Alcorão de uma forma considerada desrespeitosa.

Mas os advogados consideram que os grevistas denunciam, principalmente, a sua detenção ilimitada há 11 anos, sem julgamento nem condenação.