Tio do líder norte-coreano Kim é executado como 'traidor'

SEUL, 13 dez 2013 (AFP) - Jang Song-Tahek, de 67 anos, tio do líder norte-coreano Kim Jong-Un, foi executado como "traidor", informou nesta quinta-feira a agência oficial de notícias KCNA.

Jang foi executado nesta quinta, após um julgamento militar especial, revelou a agência, acrescentando que ele cometeu crimes "como a tentativa de minar o Estado com todo tipo de intriga e métodos depreciáveis, e uma ambição selvagem por tomar o poder supremo do nosso Partido (Comunista, ou do Trabalho) e do Estado".

O regime acusou Jang de trair a confiança de Kim Jong-Un e a memória de seu pai, Kim Jong-Il - e em particular do primeiro, "por sua juventude".

No momento de sua detenção, Jang foi acusado de cometer "atos criminosos" e de liderar uma "facção contrarrevolucionária". Ele foi destituído de cargos e títulos por parte do bureau político do Comitê Central do Partido Comunista norte-coreano.

Jang, que era casado com a irmã do falecido Kim Jong-Il, teve um papel-chave na consolidação da liderança do inexperiente Kim, tornando-se uma espécie de "eminência parda" do regime.

Antes de cair em desgraça, Jang Song-Thaekser ocupava a vice-presidência da Comissão de Defesa Nacional, o órgão de decisão de maior poder do país.

A destituição de Jang, assim como a execução de dois de seus assessores, foi anunciada na semana passada pelos serviços de Inteligência da Coreia do Sul.

Na segunda-feira, Pyongyang confirmou oficialmente a destituição de Jang Song-Thaek por "atos criminosos" e por liderar uma "facção contrarrevolucionária".

O Partido dos Trabalhadores anunciou o "expurgo de Jang" de suas fileiras.

Segundo o regime, Jang Song-Thaek formou um grupo "sedicioso" no interior do Partido e nomeou seus seguidores para postos estratégicos visando alimentar suas ambições políticas.

A imprensa oficial qualificou Jang Song-Thaek de "escória humana (...) pior que um cão", e o acusou de manter "relações impróprias" com mulheres e de sofrer a influência do "modo de vida capitalista".

"Ideologicamente doente, extremamente ocioso e displicente, consumia drogas e desperdiçava dinheiro nos cassinos durante viagens ao exterior pagas pelo partido", acusou por sua vez a KCNA.

A situação de Jang Song-Thaek foi alvo de boatos em 2009, 2010 e 2011, após sua "reeducação" em 2004 em uma siderúrgica devido a acusações de corrupção, um procedimento habitual no jogo de poder da Coreia do Norte.

A influência de Jang Song-Thaek voltou a crescer após o ataque cerebral de Kim Jong-Il, em 2008, e com sua morte, três anos depois.

Os meios de comunicação norte-coreanos convocaram a população a se unir em torno de seu líder, Kim Jong-Un, e o jornal Rodong Sinmun lembrou que a Coreia do Norte "jamais perdoa os traidores".

Os analistas estimam que a execução do segundo homem mais influente da Coreia do Norte pode desestabilizar o país.

Kim Jong-Un, 30, que assumiu o poder há pouco mais de dois anos, sucedeu seu pai, Kim Jong-Il, falecido em dezembro de 2011.

Kim Jong-Il presidia o país desde a morte, em 1994, de seu pai, Kim Il-Sung, fundador da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), em 1948.

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos