Ordem de prisão contra o capitão da balsa que naufragou na Coreia do Sul
JINDO, Coreia do Sul, 18 Abr 2014 (AFP) - A justiça sul-coreana emitiu nesta sexta-feira uma ordem de prisão contra o capitão e dois integrantes da tripulação da balsa que naufragou na quarta-feira com centenas de estudantes a bordo, acidente que provocou a indignação dos pais dos desaparecidos.
"A equipe de investigação conjunta da polícia e dois promotores emitiram ordens de prisão contra três membros da tripulação, entre eles o capitão", disse à AFP uma fonte da Guarda Costeira em Makpo, que não soube revelar as acusações atribuídas.
O capitão, Lee Joon-seok, e a maioria dos 28 membros da tripulação abandonaram a embarcação antes do naufrágio, quando centenas de passageiros estavam presos, o que provocou muitas críticas das famílias das vítimas.
Vinte e oito mortes foram confirmadas até o momento, segundo o balanço da Guarda Costeira.
Das 475 pessoas que estavam a bordo, incluindo mais de 300 estudantes do ensino secundário, 179 pessoas foram resgatadas e outras 268 continuam desaparecidas.
Um dos sobreviventes, o vice-diretor da escola onde os alunos estudavam, ao sul de Seul, foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira em Jindo.
Aparentemente, o homem cometeu suicídio de acordo com a agência de notícias Yonhap, especificando que a polícia tinha encontrado uma carta anunciando o ato de desespero na carteira do funcionário.
"Sobreviver sozinho é muito difícil... eu assumo toda a responsabilidade", escreveu em sua carta.
De acordo com a imprensa local, o homem foi encontrado enforcado com um cinto em um galho de árvore.
Um suboficial, e não o capitão, pilotava a balsa no momento da tragédia, informou mais cedo a justiça.
"Era o terceiro-tenente que estava no comando no momento do acidente", declarou o procurador-geral Park Jae-eok, em entrevista coletiva.
"O capitão não estava no leme", revelou.
Violentamente criticado pelas famílias dos desaparecidos por abandonar a embarcação quando centenas de passageiros estavam presos, o capitão Lee Joon-seok estava na "na popa", acrescentou o procurador.
As causas do acidente ainda são desconhecidas. Vários passageiros disseram ter ouvido um forte ruído, quando a balsa parou de repente. Isso pode significar que o barco encalhou, batendo no fundo, ou que se chocou contra algum objeto submerso.
Alguns especialistas também sugerem que a carga do "ferry", que transportava 150 veículos, tenha se deslocado e desequilibrado a balsa.
O capitão garantiu que não bateu em rocha alguma.
Cercado pela imprensa na sede da Guarda Costeira, ele pediu desculpas na quinta-feira.
"Sinto muito, de verdade, pelos passageiros, pelas vítimas e pelas famílias", declarou.
Os pais dos estudantes acusam o governo, os socorristas e a tripulação da balsa de incompetência.
A empresa que opera a balsa "Sewol", a Chonghaejin Marine Co., informou que o capitão, de 69 anos, tem muitos anos de experiência e percorria há oito anos o trajeto Incheon-Jeju, no qual ocorreu a tragédia.
A revolta das famílias aumenta a cada dia. Os pais, dominados pela angústia e a dor, criticam violentamente as autoridades, acusadas de mentir e de indiferença.
"O governo mentiu ontem", declarou nesta sexta-feira um homem que falava em nome de todos os pais em uma entrevista ao vivo na televisão.
"As coisas são assim na Coreia do Sul? Voltamos a suplicar mais uma vez, por favor, que salvem nossos filhos".
ckp-lim/fp
"A equipe de investigação conjunta da polícia e dois promotores emitiram ordens de prisão contra três membros da tripulação, entre eles o capitão", disse à AFP uma fonte da Guarda Costeira em Makpo, que não soube revelar as acusações atribuídas.
O capitão, Lee Joon-seok, e a maioria dos 28 membros da tripulação abandonaram a embarcação antes do naufrágio, quando centenas de passageiros estavam presos, o que provocou muitas críticas das famílias das vítimas.
Vinte e oito mortes foram confirmadas até o momento, segundo o balanço da Guarda Costeira.
Das 475 pessoas que estavam a bordo, incluindo mais de 300 estudantes do ensino secundário, 179 pessoas foram resgatadas e outras 268 continuam desaparecidas.
Um dos sobreviventes, o vice-diretor da escola onde os alunos estudavam, ao sul de Seul, foi encontrado morto na manhã desta sexta-feira em Jindo.
Aparentemente, o homem cometeu suicídio de acordo com a agência de notícias Yonhap, especificando que a polícia tinha encontrado uma carta anunciando o ato de desespero na carteira do funcionário.
"Sobreviver sozinho é muito difícil... eu assumo toda a responsabilidade", escreveu em sua carta.
De acordo com a imprensa local, o homem foi encontrado enforcado com um cinto em um galho de árvore.
Um suboficial, e não o capitão, pilotava a balsa no momento da tragédia, informou mais cedo a justiça.
"Era o terceiro-tenente que estava no comando no momento do acidente", declarou o procurador-geral Park Jae-eok, em entrevista coletiva.
"O capitão não estava no leme", revelou.
Violentamente criticado pelas famílias dos desaparecidos por abandonar a embarcação quando centenas de passageiros estavam presos, o capitão Lee Joon-seok estava na "na popa", acrescentou o procurador.
As causas do acidente ainda são desconhecidas. Vários passageiros disseram ter ouvido um forte ruído, quando a balsa parou de repente. Isso pode significar que o barco encalhou, batendo no fundo, ou que se chocou contra algum objeto submerso.
Alguns especialistas também sugerem que a carga do "ferry", que transportava 150 veículos, tenha se deslocado e desequilibrado a balsa.
O capitão garantiu que não bateu em rocha alguma.
Cercado pela imprensa na sede da Guarda Costeira, ele pediu desculpas na quinta-feira.
"Sinto muito, de verdade, pelos passageiros, pelas vítimas e pelas famílias", declarou.
Os pais dos estudantes acusam o governo, os socorristas e a tripulação da balsa de incompetência.
A empresa que opera a balsa "Sewol", a Chonghaejin Marine Co., informou que o capitão, de 69 anos, tem muitos anos de experiência e percorria há oito anos o trajeto Incheon-Jeju, no qual ocorreu a tragédia.
A revolta das famílias aumenta a cada dia. Os pais, dominados pela angústia e a dor, criticam violentamente as autoridades, acusadas de mentir e de indiferença.
"O governo mentiu ontem", declarou nesta sexta-feira um homem que falava em nome de todos os pais em uma entrevista ao vivo na televisão.
"As coisas são assim na Coreia do Sul? Voltamos a suplicar mais uma vez, por favor, que salvem nossos filhos".
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