Pelo menos 22 mortos em naufrágio de imigrantes na Grécia

ATENAS, 05 Mai 2014 (AFP) - Vinte e dois imigrantes, incluindo mulheres e crianças, morreram afogados e pelo menos sete estão desaparecidos depois que duas embarcações que seguiam para a costa da Grécia viraram no Mar Egeu, anunciou a Guarda Costeira.

Os corpos de 22 pessoas, em sua maioria somalis, mas também sírios e eritreus, foram resgatados pela Guarda Costeira.

Quatro corpos foram recuperados no mar ainda nesta madrugada, incluindo o de uma mulher grávida. Outros 18 cadáveres foram encontrados no início da tarde em um bote de 10 metros com bandeira turca, que naufragou em frente à ilha de Samos. As vítimas eram quatro crianças, 12 mulheres e seis homens.

No total, 65 imigrantes tentavam chegar à Grécia, a partir da Turquia, antes do naufrágio.

Trinta e seis sobreviventes, incluindo três mulheres e uma criança com hipotermia hospitalizada em Atenas, foram resgatados pela Guarda Costeira. Sete pessoas continuam desaparecidas.

Segundo um porta-voz da Polícia Portuária grega, as duas embarcações foram localizadas durante a madrugada por um barco da Frontex, a agência de vigilância das fronteiras europeias, que alertou às autoridades gregas.

Dois helicópteros e vários barcos participaram da operação de resgate.

Os motivos do naufrágio ainda não foram determinados, já que as condições meteorológicas no momento do ocorrido eram favoráveis.

A Grécia é uma das principais portas de entrada da União Europeia para pessoas que tentam fugir de conflitos e da pobreza na África, no Oriente Médio e no subcontinente indiano.

Esta é a terceira tragédia do tipo em menos de cinco meses na Grécia, onde as amplas fronteiras marítimas estão cheias de traficantes que tentam escapar dos controles reforçados na fronteira da Europa com a Turquia.

Em março, sete imigrantes, incluindo duas crianças, morreram no naufrágio da embarcação em que estavam próximo a ilha de Lesbos, no nordeste do Mar Egeo.

Em janeiro, doze afegãos e sírios, em sua maioria crianças e mulheres, morreram na costa da ilha de Farmakonisi, perto de Samos, quando um barco que transportava 28 pessoas também naufragou.

Os trágicos naufrágios de embarcações lotadas de imigrantes no Mar Egeu são frequentes. Muitas vezes acontecem devido às más condições atmosféricas, mas também provocados por ações das autoridades gregas, que tentam empurrar os traficantes para a costa turca.

Mil clandestinos se lançam por mês ao mar para tentar chegar à costa grega, segundo o ministro grego da Marinha Mercante, Miltiadis Varvitsiotis.

Desde o início deste ano, pelo menos 19 imigrantes morreram afogados no Mar Egeu, de acordo com um relatório divulgado na semana passada pela Anistia Internacional, e 188 adultos e crianças morreram ou desapareceram entre agosto de 2012 e março de 2014.

A ONG pediu que a UE dê início a procedimentos legais contra as autoridades gregas por recorrerem à prática do reenvio dos imigrantes para a Turquia.

Tragédias como esta também são comuns na costa italiana, onde em outubro 400 imigrantes morreram em dois naufrágios perto do sul da ilha de Lampedusa, porta de entrada para a Europa para os migrantes da África.

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