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Avião cai no Mali com 116 pessoas a bordo

24/07/2014 22h43

ARGEL, 25 Jul 2014 (AFP) - O avião da companhia Air Algérie que caiu nesta quinta-feira com 116 pessoas a bordo quando ia da capital de Burkina Fasso para Argel foi localizado "desintegrado" no norte do Mali, confirmou o governo francês.

Os destroços do aparelho estão "próximos da fronteira com Burkina Faso" e o avião "foi claramente identificado, apesar de estar desintegrado", revelou na madrugada de sexta-feira a presidência francesa.

"Um destacamento militar francês foi enviado ao local para garantiar a segurança e obter os primeiros primeiros elementos de informação", destaca o comunicado, acrescentando que o "presidente da República", François Hollande, "expressa às famílias e aos amigos das vítimas sua total solidariedade".

Uma autoridade de Burkina Fasso já havia anunciado, na noite de quinta-feira, que a aeronave havia caído perto da fronteira entre Burkina Fasso e Mali.

"Acabamos de encontrar a aeronave da Argélia. Os destroços foram localizados (...) 50 km ao norte da fronteira com Burkina Fasso", na região de Gossi, declarou o general Gilbert Diendiéré após uma reunião de crise em Uagadugu.

A aeronave, operada pela companhia espanhola Swiftair, levava 110 passageiros - 51 deles franceses - e seis tripulantes de nacionalidade espanhola.

O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, disse que a aeronave havia perdido contato com as torres de controle depois de o piloto ter pedido para "sair de sua rota por razões meteorológicas".

Um controlador de voo no Mali confirmou "fortes tempestades" durante a noite na região.

"O avião estava perto da fronteira com a Argélia quando o piloto pediu para desviar de rumo por causa da má visibilidade e para evitar uma colisão com outro avião" que voava entre Argel e Bamaco, capital do Mali, disse à AFP uma fonte da Air Algérie, que pediu para não ser identificada.



'Nenhuma hipótese pode ser descartada' Fabius afirmou, no entanto, que não se pode descartar hipótese alguma, em declarações ao canal de televisão France 2, mencionando a possibilidade de um atentado.

"Não podemos, não devemos descartar hipótese alguma antes de termos todos os elementos", declarou.

O secretário de Estado para os Franceses no Exterior, Fleur Pellerin, é aguardado na madrugada de sexta-feira em Uagadugu.

O avião, um McDonnell Douglas 83, havia sido submetido a uma revisão na França "há dois ou três dias" e estava "em bom estado", indicou o diretor da Direção Geral de Aviação Civil da França (DGAC), Patrick Gandil.

A Procuradoria de Paris abriu uma investigação preliminar por "homicídios culposos", um procedimento sistemático na França quando há vítimas francesas, mas que não pressupõe a suspeita de um ato criminoso.

Dois aviões franceses de combate Mirage 2000 participaram das buscas pelo avião.

Cerca de mil militares franceses estão mobilizados no norte do Mali, como parte da operação Barkhane, envolvendo também países africanos, com o objetivo de combater grupos armados jihadistas no deserto do Sahel.

A Air Algérie havia anunciado a perda de contato com a aeronave cinquenta minutos depois de sua decolagem da capital de Burkina Fasso.

"O avião desapareceu em Gao, a 500 quilômetros da fronteira argelina. Há vítimas de várias nacionalidades", declarou o primeiro-ministro argelino, Abdelmalek Sellal.

De acordo com a Air Algérie, entre os passageiros e tripulantes havia 50 franceses, 24 burquinenses, oito libaneses, seis argelinos, seis espanhóis, cinco canadenses, quatro alemães e dois luxemburgueses.

Também estavam a bordo um belga, um camaronês, um egípcio, um malinense, um nigeriano, um romeno, um suíço, um ucraniano e "três nacionalidades estão sendo investigadas".

Em Beirute, uma fonte oficial havia afirmado que pelo menos 20 libaneses viajavam no avião desaparecido.



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