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Cientistas japoneses desenvolvem teste que detecta ebola em 30 minutos

Em Tóquio

02/09/2014 07h35

Cientistas japoneses anunciaram nesta terça-feira (2) o desenvolvimento de um método para detectar a presença do vírus ebola em 30 minutos, com técnica de diagnóstico simples que poderia ser utilizada na África ocidental.

O professor Jiro Yasuda e sua equipe da Universidade de Nagasaki informaram que o teste é mais barato que o sistema atual utilizado nesta região do continente africano, onde o vírus matou mais de 1.500 pessoas em 2014.

"O novo método é mais simples que o atual e pode ser utilizado nos países onde não estão disponíveis os aparelhos caros de avaliação", disse Yasuda à agência de notícias AFP.

A equipe de Yasuda desenvolveu um método que revela visualmente apenas os genes específicos do vírus do ebola encontrados em uma mostra de sangue ou em qualquer outro fluido corporal.

Utilizando técnicas já existentes, extrai o ácido ribonucleico (ARN) - as moléculas biológicas para a codificação de genes - de qualquer vírus presente na amostra de sangue.

A partir destas informações, o método cria uma sequência de DNA que é misturada em um tubo de ensaio com uma substância específica.

A mescla é submetida então a uma temperatura de 60-65 graus Celsius.

No caso de presença do ebola, o DNA específico do vírus se revelará em 30 minutos. Em caso contrário, o líquido ficará turvo.

Atualmente, o ebola é detectado com um processo que dura entre uma e duas horas, com material muito específico.

O novo método "exige apenas um equipamento que possa ser aquecido com uma bateria e que custa algumas centenas de dólares, um preço que os países em desenvolvimento podem pagar", explicou Yasuda.

"O teste está pronto para ser enviado", completou o cientista, que ainda não recebeu nenhum pedido dos países afetados.

A epidemia do vírus ebola, transmitida por contato com fluidos corporais infectados, provocou um alerta mundial.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) registrou até 26 de agosto 1.552 mortes de um total de 3.069 casos detectados na Libéria, Guiné, Serra Leoa e Nigéria.