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Voluntária espanhola será repatriada do Mali após possível infecção por Ebola

20/11/2014 20h20

MADRI, 20 Nov 2014 (AFP) - Uma voluntária espanhola da organização Médicos sem Fronteiras (MSF) será repatriada pelo risco de que possa ter se contaminado com Ebola, enquanto atendia a doentes no país africano, informou nesta quinta-feira o membro do comitê científico governamental de acompanhamento do vírus, Fernando Simón.

"Agora não tem nenhum sintoma. Até dentro de dois dias não tem possibilidade de desenvolver nenhum sintoma", disse Simón, explicando que a cooperativa sofreu o incidente na madrugada de quinta-feira e por isso está nas primeiras 48 horas em que não há sintomas e tampouco possibilidade de contágio.

A voluntária será transferida de Bamako a Madri, cuja chegada está prevista para a manhã de sexta-feira, em um avião médico fretado pela MSF.

Após sua chegada à capital espanhola, a voluntária, "uma mulher jovem" dará entrada no hospital Carlos III, o mesmo centro onde se tratou a técnica sanitária, Teresa Romero, que superou a doença após ser a primeira infectada de Ebola fora da África.

"Será submetida a uma quarentena preventiva para o caso de que apresente os sintomas", acrescentou Simón, que também é o diretor do Centro de Alerta e Emergências Sanitárias do ministério da Saúde espanhol.

A mulher ficará em observação e será isolada "durante um período de 21 dias" até descartar a possibilidade de que está infectada.

Referindo-se à informação dada pela MSF, Simón explicou que a voluntária, cuja identidade não divulgou, poderia ter se furado com uma agulha enquanto cuidava de um doente.

"Ela teve um incidente com uma agulha. Obviamente, é um incidente de alto risco", disse Simón, que admitiu que, dado o tipo de incidente, "a probabilidade de infecção é relativamente alta", embora tenha se recusado a dar um percentual preciso.

No dia 5 passado recebeu alta do hospital Carlos III Teresa Romero, auxiliar de enfermagem que passou um mês internada desde 6 de outubro, em tratamento contra a doença.

Romero se infectou após atender um missionário espanhol afetado pela febre hemorrágica, repatriado de Serra Leoa em 22 de setembro e morto no dia 25.

A profissional de saúde também tinha tratado de um primeiro missionário espanhol repatriado da Libéria, que morreu em 12 de agosto.