Forças iraquianas repelem ofensiva jihadista no oeste do país

BAGDA, 27 Nov 2014 (AFP) - As forças iraquianas e seus aliados tribais repeliram uma ofensiva do grupo Estado Islâmico (EI) contra Ramadi, a capital da província estratégica de Al-Anbar, que os jihadistas já controlam em sua maioria.

Os combates travados nos últimos dias em Ramadi, e também ao redor de Kirkuk, no norte, demonstram que uma vitória contra o EI no Iraque continua sendo um objetivo muito distante, apesar dos êxitos alcançados pelo exército nas últimas semanas.

"Em Ramadi, conseguimos deter na noite de quarta-feira o avanço de combatentes perto da sede do governo regional", um dos objetivos da ofensiva dos jihadistas, indicou nesta quinta-feira o coronel das forças iraquianas Haytham al-Daraji.

Este oficial disse que foram realizados mais de 10 ataques aéreos contra o EI na zona e que foram enviados reforços a partir de Bagdá para apoiar as tropas e as centenas de membros de tribos que lutam contra os jihadistas.

O EI já controla alguns bairros de Ramadi desde o início de 2014, assim como a cidade de Fallujah, a leste.

Com esta ofensiva, o grupo tenta reforçar seu controle sobre a província de Al-Anbar, fronteiriça com Jordânia, Arábia Saudita e Síria, na qual já conquistou amplas faixas de território.

"Se perdermos Al-Anbar, perderemos o Iraque", declarou à televisão o governador da província, Ahmed al-Dulaimi, a partir da Alemanha, onde é tratado por ferimentos causados por um morteiro em setembro.



Campos petrolíferos

As forças governamentais tentam reconquistar o espaço que perderam desde junho, quando o EI iniciou sua ofensiva no país, com a ajuda de combatentes curdos, milícias xiitas, tribos sunitas e da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Até o momento conseguiram retomar Khurf al-Sajr, ao sul de Bagdá, e Baiji, ao norte da capital, além de diferentes territórios do norte do país.

Mas três das maiores cidades do Iraque - Mossul, Tikrit e Fallujah - seguem nas mãos dos jihadistas. E, até a data, todas as ofensivas lançadas sobre Tikrit fracassaram, o resultado da batalha de Ramadi é muito incerto e em Mossul não teve início nem mesmo um ataque contra os jihadistas.

No norte, os combatentes curdos enfrentam o EI na província de Kirkuk, a 240 quilômetros de Bagdá. Os jihadistas "se voltam para Kirkuk e querem tomar as instalações petrolíferas", disse o comandante peshmerga Westa Rasul.

O EI conseguiu, em um primeiro momento, conquistar um povoado próximo a Kirkuk, mas os peshmergas o retomaram com a ajuda dos ataques aéreos da coalizão.

O grupo extremista sunita utiliza as receitas que consegue com as instalações de gás e petróleo que possui na Síria e no Iraque para financiar suas atividades no autoproclamado califado que declarou nos dois países.



Emboscada mortal na Síria

Acusado de crimes contra a humanidade, o EI reúne dezenas de milhares de combatentes, incluindo ocidentais, e é responsável por estupros, sequestros, execuções e crucificações nas regiões sob seu controle.

Na Síria, atingida por uma guerra civil desde o início de 2011, as tropas do regime de Bashar al-Assad mataram nesta quarta-feira 50 rebeldes em uma emboscada a leste de Damasco, segundo a agência oficial SANA.

A ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos afirmou, por sua vez, que 30 pessoas morreram neste ataque na região de Ghuta, que cerca a capital, mas disse não poder informar o número de civis e de rebeldes entre as vítimas.

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