Justiça irlandesa permite eutanásia para grávida com morte cerebral
DUBLIN, 26 dez 2014 (AFP) - O Alto Tribunal da Irlanda autorizou, nesta sexta-feira, que os equipamentos que mantêm viva uma mulher grávida com morte cerebral sejam desconectados, o que relançou o debate sobre a rígida norma que rege o aborto no país.
A mulher de 26 anos, grávida de 14 semanas, foi declarada clinicamente morta em 3 de dezembro, devido a uma lesão cerebral.
No entanto, apesar dos repetidos pedidos da família para interromper o tratamento, os médicos a mantiveram viva baseando-se no princípio constitucional irlandês que reconhece a uma mulher e a seu filho em gestação o direito à vida.
Em sua decisão, o Alto Tribunal irlandês considerou que manter a mulher viva a privaria de sua dignidade e submeteria seu companheiro e seus dois filhos pequenos a uma "angústia inimaginável".
"O estado da mãe se degrada com uma rapidez tal e a tal ponto que não será possível que a gravidez continue até o nascimento do bebê", afirmaram os juízes.
O caso reavivou o debate sobre a rígida norma que permite abortar na Irlanda, país de forte tradição católica e um dos mais conservadores da União Europeia nesta questão.
Até o ano passado, o aborto era proibido e não havia qualquer lei que implementasse a decisão do Supremo Tribunal (de 1992), segundo a qual a interrupção da gravidez era permitida em caso de risco para a vida da mãe.
Em julho de 2013 finalmente foi aprovado um texto, ainda muito restritivo, em função do polêmico caso de uma mulher que morreu por septicemia ao tentar abortar depois que teve seu pedido neste sentido negado pela justiça irlandesa.
cb-nol-jb/aoc/eg/cn/mvv
A mulher de 26 anos, grávida de 14 semanas, foi declarada clinicamente morta em 3 de dezembro, devido a uma lesão cerebral.
No entanto, apesar dos repetidos pedidos da família para interromper o tratamento, os médicos a mantiveram viva baseando-se no princípio constitucional irlandês que reconhece a uma mulher e a seu filho em gestação o direito à vida.
Em sua decisão, o Alto Tribunal irlandês considerou que manter a mulher viva a privaria de sua dignidade e submeteria seu companheiro e seus dois filhos pequenos a uma "angústia inimaginável".
"O estado da mãe se degrada com uma rapidez tal e a tal ponto que não será possível que a gravidez continue até o nascimento do bebê", afirmaram os juízes.
O caso reavivou o debate sobre a rígida norma que permite abortar na Irlanda, país de forte tradição católica e um dos mais conservadores da União Europeia nesta questão.
Até o ano passado, o aborto era proibido e não havia qualquer lei que implementasse a decisão do Supremo Tribunal (de 1992), segundo a qual a interrupção da gravidez era permitida em caso de risco para a vida da mãe.
Em julho de 2013 finalmente foi aprovado um texto, ainda muito restritivo, em função do polêmico caso de uma mulher que morreu por septicemia ao tentar abortar depois que teve seu pedido neste sentido negado pela justiça irlandesa.
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