Al Qaeda na Síria planeja ataques em 'grande escala' no Ocidente, diz chefe do MI5

Em Londres

O chefe do MI5 - o serviço de inteligência interna britânico - revelou nesta quinta-feira que o braço da rede Al Qaeda na Síria planeja "atentados em grande escala" no Ocidente.

Falando em Londres um dia após o ataque contra o jornal parisiense "Charlie Hebdo", o diretor do MI5, Andrew Parker, alertou para o risco de atentados no Ocidente por parte de combatentes vindos da Síria.

"Sabemos, por exemplo, que um grupo de terroristas fanáticos da Al Qaeda na Síria planeja atentados em grande escala contra o Ocidente".

Irmãos suspeitos de ataque tinham envolvimento com terroristas

Os irmãos Cherif e Said Kouachi, suspeitos pelo atentado à revista francesa, constam em listas antiterrorismo do governo norte-americano. Agências de inteligência da França e Estados Unidos também detêm dados que ligam um dos suspeitos à Al Qaeda no Iêmen.

A "CNN" afirma que os Estados Unidos receberam a informação de que Said Kouachi, 34, viajou ao Iêmen em 2011 pela filial do grupo extremista Al Qaeda. Said teria recebido lá treinamento em como usar armas e fazer bombas. A informação foi dada por fontes oficiais dos EUA sob anonimato ao canal televisivo, que fizeram a ressalva de que "muitos dados" sobre a viagem precisavam ser confirmados.

Já a "NBC" afirma que os nomes dos dois irmãos constavam em uma lista de "no-fly" (pessoas cujos voos aos Estados Unidos são proibidos) "durante anos" por suspeita de envolvimento com terrorismo. Essa "lista negra" contém cerca de 47 mil nomes. A informação foi dada ao canal por um oficial do Departamento de Segurança Interna.

Outra base de dados do governo norte-americano que continha os nomes dos dois irmãos era a TIDE (sigla do sistema central de dados sobre identidades de terroristas dos EUA), segundo o "Yahoo News". No TIDE estão cadastrados mais de 1 milhão de nomes de pessoas com possível envolvimento com terrorismo.

O outro irmão, Chérif Kouachi, 32, já tinha sido preso na França em 2005 por conexão com um grupo que convocava jovens jihadistas para combate no Iraque. Ele foi julgado e condenado a três anos de prisão em 2008, dos quais cumpriu 18 meses até ser libertado em condicional.

Isso demonstra que tanto a França como Estados Unidos tinham conhecimento sobre o envolvimento dos irmãos com células terroristas. Mesmo assim, escaparam da vigilância das autoridades e conseguiram atacar a sede da "Charlie Hebdo".

Ambos permanecem foragidos e são procurados pelas autoridades francesas no norte do país. Um contingente de 88 mil agentes na França foi destacado para atuar nas buscas e segurança contra novos atentados.

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