Ex-prefeito de NY Michael Bloomberg avalia candidatura à Casa Branca

Nova York, 26 Jan 2016 (AFP) - Em uma campanha presidencial americana suficientemente excitante, o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, acaba de acrescentar mais incerteza ao anunciar que analisa a possibilidade de se lançar como candidato independente.

Fontes próximas ao multimilionário de 73 anos afirmaram ao jornal The New York Times que o ex-prefeito se sente incomodado pelo domínio de Donald Trump entre os republicanos e preocupado pelo avanço, na esquerda, do senador Bernie Sanders ante Hillary Clinton, entre os democratas.

Bloomberg, fundador da agência de informação financeira que leva seu nome, já havia pensado na ideia de disputar a presidência americana no passado. Mas os Estados Unidos são um país que jamais elegeu um independente e isso o desencorajou.

Desta vez, fixou até início de março a data limite para tomar uma decisão, isto é, após as votações em Iowa e New Hampshire, que abrem as primárias para eleger os candidatos republicanos e democratas nas eleições de novembro.

O ex-prefeito contratou um conselheiro para ajudá-lo em sua possível campanha e encomendou uma pesquisa no mês passado para estimar suas possibilidades frente a Donald Trump e Hillary Clinton, segundo o jornal.

Bloomberg, mais pragmático do que dogmático, que busca sempre resultados e adora os números, foi democrata durante muito tempo antes de se tornar republicano em 2001, para ser candidato à prefeitura de Nova York, e independente em 2007.

Dono da décima fortuna dos Estados Unidos, com 36,5 bilhões de dólares, segundo a Forbes, afirmou estar disposto a gastar um bilhão de dólares caso lance sua candidatura.

Um político atípicoBloomberg foi prefeito de Nova York até janeiro de 2014, completando 12 anos no poder, o que configura um recorde. Sua gestão foi marcada por suas preocupações pela saúde pública, entre elas a de proibir o fumo em bares e restaurantes e limitar o consumo de bebidas açucaradas.

Endureceu os requisitos para a venda de armas, buscou ampliar os espaços verdes e restaurou o otimismo pelos negócios em Nova York, após o trauma dos ataques de 11 de setembro de 2001.

É uma personalidade política atípica, próxima a Wall Street, intransigente na questão da segurança e favorável a uma reforma migratória.

Caso se candidate, a batalha promete ser ainda mais árdua, uma vez que não é muito conhecido no restante do país.

Segundo especialistas, é improvável que assuma o risco caso Hillary Clinton seja eleita entre os democratas nos primeiros Estados a realizar as primárias.

"É um bom amigo. Vou fazer de tudo para obter a nomeação (democrata) e, a partir disto, veremos. Segundo entendi, se não consigo ser nomeada, ele pensará em sua candidatura. Vou aguardar", disse Hillary ao canal NBC no domingo.

O novaiorquino Donald Trump, que lidera as pesquisas entre os republicanos, afirmou estar "encantado" pela ideia de enfrentar um ex-prefeito.

"Adoraria. Conheço Michael muito bem, adoraria competir com ele", afirmou Trump à CBS News.

O último candidato independente a se apresentar à presidência americana foi o multimilionário Ross Perrot em 1992.

Ele obteve 18,9% dos votos e contribuiu para a derrota do ex-presidente e candidato à reeleição George Bush frente a Bill Clinton.

Ross se apresentou novamente em 1996 como candidato do Partido Reformista, alcançando 8% dos votos.

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