Primárias nos EUA: Jeb Bush continua na disputa e família entra em cena

Nova York, 6 Fev 2016 (AFP) - Com um desempenho fraco na corrida pela Casa Branca, Jeb Bush garantiu nesta sexta-feira que não vai jogar a toalha, apesar das críticas e das pressões, e até sua mãe e seu irmão, o ex-presidente dos EUA George W. Bush, entrarão na campanha para ajudá-lo.

Inicialmente com um apoio financeiro colossal e com a bênção da cúpula do Partido Republicano, o ex-governador da Flórida (1999-2007) parecia ser a melhor opção republicana para reconquistar a presidência dos Estados Unidos.

Com uma baixa performance nos debates e uma campanha sem fôlego, os números nas pesquisas mostram um pré-candidato que não deslanchou.

Em Iowa, primeiro estado a votar, na última segunda-feira, Jeb ficou em sexto, com menos de 3% dos votos. Nas primárias de New Hamsphire, na próxima terça-feira, ele aparece em quinto nas sondagens, com menos de 10% da intenções de voto. Está bastante distante do magnata Donald Trump e até do senador Marco Rubio, a nova esperança do establishment republicano desde que surpreendeu em Iowa.

"Provei que era um líder. Elegemos um presidente, não um representante de base no Senado", afirmou, em um ataque direto a seu adversário de origem cubana Rubio, em entrevista exibida nesta sexta-feira na rede CBS.

"Alguns são oradores com talento, mas não fizeram nada em sua vida que permita acreditar que possam tomar uma decisão difícil", alfinetou, descartando que vá desistir da corrida mesmo se for superado em New Hampshire pelo senador da Flórida.

"Claro que não", garantiu Bush, ressaltando que o processo das primárias está apenas começando.

Ainda muito popular entre os republicanos, sua mãe, Barbara, de 90 anos, acompanhou-o na entrevista à CBS. Barbara é casada com o ex-presidente George Herbert Bush (1989-1993) e mãe do também ex-presidente George Walker Bush (2001-2009).

No início, a ex-primeira-dama disse ser contra uma terceira candidatura à presidência dos EUA na família, mas que acabou mudando de ideia.

"Amo meu filho e sei que os Estados Unidos precisam dele. É honesto, podemos contar com ele, leal, relativamente divertido. Tem os mesmos valores que os Estados Unidos parecem ter perdido. Ele é quase educado demais (...) e não se vangloria como os outros fazem", comentou, em referência a Trump.

O irmão, George W. Bush, até agora ausente da campanha, participará de um evento de apoio a Jeb na Carolina do Sul e também está pela primeira vez na telinha em um novo spot publicitário da campanha. O pai George está muito doente para poder se envolver.

A impaciência do partido é cada vez mais evidente, e a arrecadação de fundos sofreu uma diminuição significativa.

Nesta sexta-feira, a influente revista republicana National Review publicou uma dura "carta aberta a Jeb Bush", sugerindo-lhe abandonar sua pré-candidatura.

"Você tem sido um candidato terrivelmente chato", que "já gastou 89,1 milhões de dólares em publicidade de campanha", incluindo várias que atacam "seu ex-amigo" Marco Rubio, escreve a revista.

"Depois de Iowa, Marco Rubio tem uma excelente oportunidade de ganhar a indicação republicana (...). Se você renunciar à corrida agora e apoiar Marco Rubio, ou pelo menos, parar de atacar (...), será um gesto amável e inspirador, uma forma diferente de servir a seu país", completa o texto.

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