Dívida da Ucrânia com a Rússia ameaça ajuda do FMI
Washington, 26 Mar 2015 (AFP) - A dívida de 3 bilhões de dólares da Ucrânia com a Rússia pode ameaçar a ajuda financeira do Fundo Monetário Internacional ao país, alertou o porta-voz da instituição financeira nesta quinta-feira.
O governo ucraniano negocia com os credores 15 bilhões de dólares, uma parte dos US$ 40 bilhões previstos pelo plano de ajuda de quatro anos do FMI para o país.
O Fundo aprovou 17,5 bilhões de dólares em empréstimo para a Ucrânia como parte de um pacote de ajuda em troca da implementação, pelo governo ucraniano, de reformas econômicas, monetárias e financeiras. O pagamento inicial seria de 5 bilhões de dólares.
Entretanto, o FMI advertiu que o rompimento do cessar-fogo com os rebeldes pró-Rússia no leste do país, o fracasso da negociação da dívida com credores e questões da política interna podem prejudicar o plano de ajuda.
A dívida de Kiev inclui o pagamento de 3 bilhões de dólares para a Rússia, por um empréstimo realizado em 2010.
Uma regra do FMI pode, contudo, ameaçar o plano de ajuda. A instituição financeira não concede empréstimos a países que tenham deixado de pagar dívidas com "setores oficiais", ou seja, Estado ou instituição pública.
"Nós temos uma política de tolerância zero", disse o porta-voz do FMI William Murray sobre a necessidade de cumprimento das regras para a liberação dos recursos. "A dívida da Ucrânia com a Rússia é considerada uma dívida de Estado", completou.
"Se eu não estou enganado, a dívida de 3 bilhões de dólares veio do fundo soberano da Rússia, então é uma dívida oficial", explicou.
Caso a Rússia se recusa a negociar a dívida com a Ucrânia, o país pode entrar em moratória, colocando o FMI em uma situação delicada.
Questionado sobre essa possibilidade, o porta-voz do FMI disse que "é muito cedo para especular sobre isso".
Há diversas maneiras de contornar o problema. O empréstimo russo pode ser renegociado pelo Clube de Paris ou pode ser vendido no mercado secundário.
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