Veja quais países reconhecem o genocídio armênio

Em Roma

O genocídio armênio, ao qual o papa Francisco se referiu publicamente de forma histórica recentemente, é reconhecido por cerca de 20 países, incluindo Argentina, Uruguai, França, Suíça, Rússia e o Parlamento Europeu.

No último dia 12, Francisco utilizou o termo "genocídio" para descrever os massacres de armênios iniciado há um século, provocando a reação imediata da Turquia, que afirmou que a opinião do pontífice é "infundada".

João Paulo 2º já havia utilizado o termo na declaração conjunta e o próprio Francisco fez o mesmo antes de ser nomeado papa em 2013. Mas esta é a primeira vez que um chefe da Igreja Católica usa a palavra em público.

O Uruguai, por sua vez, foi o primeiro país do mundo a reconhecer o genocídio armênio, em 1965. Seguiram o exemplo, entre outros, os parlamentos da Rússia (1994), Holanda (1994), Grécia (1996), França (2001), Itália (2001), Suíça (2003), Canadá (2004), Argentina (2005), Suécia (2010) e Bolívia (2014).

A Áustria deu um primeiro passo simbólico em termos de reconhecimento quando o Parlamento da Áustria fez nesta quarta-feira um minuto de silêncio em memória do genocídio armênio, pela primeira vez em um país que em outros tempos foi aliado do Império Otomano, e onde esse termo jamais havia sido usado oficialmente.

Vários países sancionam, inclusive, a negação do fato, como Suíça e Eslováquia.

Em dezembro de 2013, em uma decisão revisada atualmente, o TEDH (Tribunal Europeu de Direitos Humanos) considerou que processar e condenar alguém por negar o genocídio armênio constituía um atentado contra a liberdade de expressão.

Os Estados Unidos, por sua vez, evitam falar em genocídio.

O secretário da presidência americana Denis McDonough e o assessor do presidente Barack Obama para política externa Ben Rhodes se reuniram esta semana com representantes da comunidade armênia dos Estados Unidos para discutir sobre o centésimo aniversário do massacre, mas não mencionaram a palavra genocídio.

Os massacres e deportações de armênios entre 1915 e 1917 deixaram mais de 1,5 milhão de mortos, segundo a Armênia.

Em abril de 2014, Recep Tayyip Erdogan, então primeiro-ministro turco, apresentou as condolências de seu país "aos netos dos armênios assassinados em 1915".

Em janeiro de 2015, Erdogan, agora presidente, declarou que a Turquia estava "pronta para pagar o preço" se fosse reconhecida culpada por historiadores independentes.

Dias antes da recordação do centenário, o novo premiê Ahmet Davutoglu afirmou que seu país compartilha o sofrimento dos filhos e netos dos armênios mortos sob o Império Otomano durante a Primeira Guerra Mundial e expressou a eles suas condolências.

Segundo a versão de Ancara, o que aconteceu foi uma guerra civil na qual morreram entre 300.000 e 500.000 armênios e outros tantos turcos, quando os primeiros se levantaram contra seus governantes otomanos e apoiaram as tropas russas invasoras, em plena I Guerra Mundial.

O Império Otomano foi desmantelado em 1920, dois anos depois de criado um Estado independente armênio, em maio de 1918, logo absorvido pela União Soviética. O Estado turco moderno foi fundado 1923 por Mustafa Kemal Atatürk.

Atualmente, 3,2 milhões de armênios vivem na Armênia, e a diáspora é calculada em mais de oito milhões de pessoas, que residem agora nos Estados Unidos, Oriente Médio, França, Canadá e América Latina.

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