Dois palestinos mortos por militares israelenses

Hebrom, Territórios palestinos, 25 Abr 2015 (AFP) - Dois jovens palestinos foram mortos pelas forças de segurança israelenses em menos de 24 horas em Jerusalém e Hebron, segundo anunciou neste sábado a polícia israelense, que atribuiu as morte a ataques contra agentes.

Os ataques realizados isoladamente por palestinos armados com uma faca se multiplicaram desde outubro nos Territórios palestinos e em Israel.

Perto do túmulo dos Patriarcas em Hebron, no sul da Cisjordânia ocupada, um palestino foi morto após apunhalar um policial, segundo informou a polícia israelense.

O homem foi identificado pela imprensa palestina como sendo Assad al-Salayma, um jovem de 20 anos de idade. Ele não resistiu aos tiros recebidos e faleceu quando era transportado para um hospital em Jerusalém, indicou a porta-voz da polícia, Louba Samri, acrescentando que o policial, apunhalado na cabeça e no peito, está internado e seu estado é estável.

Hebron, maior cidade da Cisjordânia, é um barril de pólvora, onde cerca de 700 colonos judeus vivem em meio a mais de 200.000 palestinos, sob a proteção das forças de segurança israelenses.

Poucas horas antes, um palestino de 17 anos que tentava esfaquear policiais israelenses em um posto de controle de Jerusalém foi abatido durante a noite, indicaram neste sábado as forças de segurança.

O adolescente, originário do bairro de Al Tur, no Monte das Oliveiras de Jerusalém Oriental, morreu com um tiro da polícia israelense quando invadiu com uma faca o posto de controle.

Nenhum agente de segurança ficou ferido, indicou a porta-voz da polícia Luba Samri, que divulgou uma foto das facas que o criminoso estaria carregando.

A polícia israelense difundiu uma foto mostrando uma faca e um cutelo, apresentados como sendo os objetos portados pelo palestino.

O palestino foi identificado como Ali al-Ghannam por uma associação local de Jerusalém Oriental, que indicou que o pai do jovem foi convocado pela polícia para identificar o corpo do filho.

A polícia indicou que o corpo seria entregue ao pai desde que apenas um número limitado de pessoas participassem do enterro, segundo informou a associação, num procedimento comum imposto pelas autoridades israelenses às famílias de autores de ataques.

Como a cada vez que um palestino é morto pela polícia ou o exército israelenses, confrontos foram registrados nos bairros de origem dos jovens.

Jovens lançaram pedras contra policiais israelenses, que responderam com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha.

Um policial foi atingido na cabeça por uma pedra, segundo a porta-voz da polícia.

As tensões entre israelenses e palestinos em Jerusalém aumentaram desde o ano passado, quando judeus extremistas queimaram vivo um adolescente palestino em Jerusalém Oriental para se vingar do sequestro e assassinato de três jovens israelenses na Cisjordânia ocupada.

A onda de violência culminou em julho de 2014 com uma ofensiva israelense na Faixa de Gaza, ao mesmo tempo em que foram cometidos vários atentados em Jerusalém.

Desde então, são frequentes nos territórios palestinos os ataques de jovens palestinos armados com facas.

Neste mês um israelense feriu um árabe israelense ao grito de "Morte aos árabes" dez dias após um palestino, que também foi abatido, ter esfaqueado dois soldados israelenses no norte da Cisjordânia.

jjm-sbh/hj/cnp/mr

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos