Procurador da Indonésia justifica execuções com 'guerra' contra as drogas

Em Cilacap (Indonésia)
Arquivo pessoal via BBC Brasil
Brasileiro Rodrigo Gularte foi um dos prisioneiros executados

O procurador-geral da Indonésia defendeu nesta quarta-feira (29) as execuções de oito condenados por narcotráfico, inclusive o brasileiro Rodrigo Gularte, afirmando que a medida faz parte da "guerra" do país contra as drogas.

"Estamos em guerra contra os horríveis crimes vinculados às drogas, que ameaçam a sobrevivência da nossa Nação", declarou Muhammad Prasetyo à imprensa em Cilacap, cidade portuária que dá acesso à ilha de Nusakambangan, onde ocorreram as execuções na madrugada de quarta-feira.

Apesar das pressões internacionais e dos pedidos de clemência de familiares, apenas uma cidadã filipina acabou sendo poupada na última hora. 
 
"Os milagres se tornam realidade!" - declarou à rádio DZMM Celia Veloso, mãe da condenada Mary Jane Veloso, que acabou sendo poupada. "Estamos tão felizes. Não posso nem acreditar. Minha filha continua viva".
 
Os familiares dos condenados foram vê-los pela última vez nesta terça-feira (28) em Nusakambangan, "a Alcatraz indonésia". Os condenados receberam a notificação da execução na noite de sábado (25), com um pré-aviso de ao menos 72 horas.
 
Também condenado à morte por tráfico de drogas, o francês Serge Atlaoui, 51, foi retirado no fim de semana da lista de execuções iminentes em consequência de um recurso judicial.
 
Mas o porta-voz do procurador-geral indonésio, Tony Spontana, reafirmou nesta terça-feira à AFP que se o recurso for rejeitado, Atlaoui será executado sozinho, em uma tentativa de não gerar expectativas.
 
O presidente indonésio, Joko Widodo, intransigente sobre a aplicação da pena de morte por tráfico de drogas, ignora os apelos de clemência e as pressões diplomáticas internacionais para evitar as execuções.