Atentado do Estado Islâmico deixa 21 mortos na Arábia Saudita

Riad, Arábia Saudita, 22 Mai 2015 (AFP) - Um ataque suicida, cometido nesta sexta-feira contra uma mesquita xiita no leste da Arábia Saudita, deixou 21 mortos e 81 feridos - anunciou agora à noite o Ministério da Saúde, citado pela agência de notícias SPA.

O grupo Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque.

"O atentado terrorista deixou 21 mortos e 81 feridos, dos quais 12 se encontram em estado crítico", declarou um porta-voz do Ministério saudita da Saúde, de acordo com a SPA.

O porta-voz declarou que "um homem detonou uma bomba que usava sob suas roupas durante as orações de sexta-feira na mesquita Ali Ibn Abi Taleb em Kudeih, uma cidade na província de Qatif".

Os serviços de resgate levaram os feridos para hospitais da região e o ataque está sendo investigado, acrescentou o porta-voz.

Ele reiterou a determinação dos serviços do Ministério de "capturar qualquer um envolvido neste crime terrorista cometido por pessoas que procuram minar a unidade nacional".

Em um comunicado postado em sites islamitas, o EI afirma que os "soldados do califado na província de Najd (Arábia Saudita)" são responsáveis pelo ataque. De acordo com o grupo, um suicida acionou seu cinto de explosivos no interior da mesquita. O EI também publicou uma foto do autor do ataque, identificado como Abu Amer Al-Najdi.

O comunicado promete aos xiitas "dias sombrios" até que os "soldados do EI expulsem-nos da península arábica".

O EI, um grupo extremista sunita, execra a comunidade xiita, alvo regular de seus ataques principalmente no Iraque, onde conquistou amplas faixas do território.

Neste país, bem como na Síria onde controla várias regiões, o grupo é alvo há nove meses de ataques aéreos de uma coalizão liderada pelos Estados Unidos, e da qual a Arábia Saudita faz parte.



Hezbollah acusa RiadA Casa Branca condenou o atentado, denominando-o de "ato trágico", mas se manteve prudente quanto à reivindicação feita pelo EI.

"A atribuição dos responsáveis é um processo que ainda está em curso", declarou o porta-voz da presidência americana, Josh Earnest.

Rival regional xiita da Arábia Saudita, o Irã condenou o atentado, considerando que "a luta contra os terroristas e extremistas (...) deve ser uma prioridade" para todos os países.

Seu aliado no Líbano, o Hezbollah xiita, acusou Riad de ser "responsável por este crime horrível". O grupo denunciou o reino "por apadrinhar e apoiar os assassinos" e "fracassar em seu dever de proteger" seus cidadãos xiitas em um país de maioria sunita.

O mufti da Arábia Saudita, maior dignitário do clérigo sunita, xeque Abdul Aziz bin Abdullah Al-Sheikh, falou ao vivo na televisão estatal Al-Ekhbariya para condenar.

"Este é um ato criminoso destinado a abrir um fosso entre os filhos da nação (...) e a propagar distúrbios em nosso país", declarou.

Kudeih está localizada ao norte da cidade de Qatif, no coração da Província Oriental, uma região petrolífera, onde a minoria xiita está concentrada.

Os xiitas reclamam de discriminação em um reino predominantemente sunita e que aplica uma versão rigorosa do Islã.

Nos últimos meses, as autoridades sauditas têm multiplicado as prisões de extremistas sunitas suspeitos de planejar ataques para incitar tensões sectárias no país.

Em novembro passado, homens armados mataram sete xiitas, incluindo crianças, na cidade de Al-Dalwa (leste), durante a celebração do luto xiita da Ashura.

Quatro homens participaram no ataque. Pouco antes, eles atiraram em um homem em uma aldeia vizinha e usaram seu carro para cometer o atentado.

No mês passado, as autoridades anunciaram o desmantelamento de uma célula de 65 pessoas, suspeita de ligações com o EI e que planejava realizar ataques para "inflamar as tensões sectárias".

Desde 2011, a Província Oriental registrou ataques esporádicos contra as forças de segurança e protestos que deixaram 20 mortos.

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