Brasil e México dão início a nova fase das relações bilaterais

México, 27 Mai 2015 (AFP) - Os governos de Brasil e México, as duas maiores economias da América Latina, anunciaram nesta terça-feira a abertura de uma nova fase das relações bilaterais, com os acordos alcançados durante a primeira visita de Dilma Rousseff ao país.

"Hoje estamos dando um salto qualitativo na relação entre Brasil e México. Começamos um novo capítulo", afirmou o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, em mensagem conjunta com a presidente brasileira à imprensa.

A visita de Estado de dois dias de Dilma acontece em meio às turbulências econômicas enfrentadas pelos dois países, que levaram seus governos a implementar grandes cortes de gastos em seus orçamentos.

Com suas economias estagnadas, os dois governantes expressaram a necessidade de estreitar suas relações comerciais.

"As relações entre Brasil e México apresentam um grau de potencialidade que temos a obrigação de explorar", afirmou Dilma Rousseff, que chegou na tarde de segunda-feira à capital mexicana.

O comércio bilateral cresceu 475% nas últimas duas décadas em 2014, superando os 9 bilhões de dólares, mas ambos os governos acham possível dobrar este nível na próxima década.

"Queremos passar dos 9,2 bilhões de dólares que temos hoje em comércio para o dobro disso em menos de 10 anos", projetou Peña Nieto.

Embora esta seja sua primeira visita de Estado ao México desde que assumiu o poder em 2011, Dilma Rousseff e Peña Nieto já tiveram quatro encontros.



Acordos para "modernizar" a relação

Os mandatários enumeraram os acordos alcançados em matéria de comércio, investimentos, turismo e meio ambiente, entre outros.

"Nós atualizamos, modernizamos o acordo de cooperação entre Brasil e México", disse Peña Nieto.

Em matéria comercial, os presidentes se comprometeram a ampliar o universo de preferências tarifárias para incluir novas mercadorias agrícolas e industriais.

Além disso, foi assinado um acordo de cooperação e facilitação de investimentos, o primeiro que o Brasil assina com um país da região.

A presidente Dilma, que compareceu durante a noite a um seminário empresarial binacional, quer que o setor privado tenha um papel importante nesse novo momento das relações bilaterais.

Antes do encontro, Peña Nieto ofereceu uma recepção de gala a Dilma no Palácio Nacional, no centro histórico da capital mexicana.

Diante de jornalistas, o presidente também ressaltou o acordo que reconheceu a tequila e a cachaça como produtos diferenciais de seus países.

No fórum empresarial, Dilma Roussef destacou que relação entre a Aliança do Pacífico (México, Colômbia, Chile e Peru) e o Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai e Venezuela) deve "ser vista como complementar e não como alternativa".

Tanto Peña Nieto como Dilma Rousseff, que concluirá sua visita na quarta-feira com uma sessão solene no Congresso, atravessam momentos difíceis em seus países, onde registram queda de popularidade.

O presidente mexicano tenta passar a imagem de um país com ambiciosas reformas estruturais, mas a economia não teve o impulso esperado -acaba de ser reduzida novamente a previsão de crescimento para 2015, entre 2,2% e 3,2%- e os graves problemas de violência continuam em destaque nas manchetes dos jornais.

Enquanto isso, Dilma continua pressionada pelo escândalo de corrupção da Petrobras e por uma economia em crise, que deve sofrer uma queda de 1,2% no PIB deste ano.

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