Obama homenageia soldados negro e judeu esquecidos da 1ª Guerra

Em Washington

  • US Army/Reuters

    Os sargentos do Exército Henry Johnson (esq) e William Shemin (dir), em fotos de arquivo, receberam homenagem póstuma por atuação durante a Primeira Guerra

    Os sargentos do Exército Henry Johnson (esq) e William Shemin (dir), em fotos de arquivo, receberam homenagem póstuma por atuação durante a Primeira Guerra

Quase cem anos depois, Barack Obama concedeu a medalha de honra a dois ex-combatentes que se destacaram na França durante a Primeira Guerra Mundial e cujo heroísmo foi ignorado até agora por sua origem racial ou religião.

"Os dois arriscaram sua vida para salvar os outros", afirmou o presidente americano durante uma cerimônia na Casa Branca. "Nunca é muito tarde para agradecer", prosseguiu, antes de entregar as medalhas a membros de suas famílias.

Henry Johnson estava destacado em maio de 1918 em Marne, perto de Paris, onde combatia em uma unidade formada apenas por soldados negros sob ordens francesas. Ele ajudou a repelir um ataque contra uma dúzia de soldados alemães, e conseguiu evitar, em particular, que um de seus companheiros gravemente ferido fosse feito prisioneiro.

A França condecorou Johnson com a Cruz de Guerra, "mas seu próprio país não fez nenhum reconhecimento", disse Obama. Após a guerra, incapacitado devido aos seus ferimentos, "não pôde encontrar trabalho, seu casamento se rompeu e ele morreu com apenas 30 anos".

"Os Estados Unidos não podem mudar o que aconteceu com Henry Johnson e com muitos soldados como ele que não foram reconhecidos porque nosso país os julgou pela cor de sua pele, não por seu caráter", sustentou o presidente. "Mas podemos fazer o melhor para reparar" esta injustiça, acrescentou.

William Shemin, que era judeu, se distinguiu combatendo nas proximidades de Bazoches, em Picardie, em agosto de 1918. Destacando sua valentia no front, Obama disse que havia servido "em uma época na qual o heroísmo dos soldados judeus americanos frequentemente era esquecido".

A "Medalha de Honra" está destinada a condecorar "um ato de heroísmo que vai além do dever" desde 1863. Muito frequentemente é entregue a título póstumo.

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