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Greenpeace denuncia consequências da crise e da corrupção na Espanha

03/06/2015 16h27

Madri, 3 Jun 2015 (AFP) - O Greenpeace denunciou, em um relatório divulgado nesta quarta-feira, as consequências da crise e os escândalos de corrupção na Espanha, em matéria de proteção das águas subterrâneas, litorais, saúde ou combate a incêndios.

A ONG de defesa ambiental analisa as políticas desenvolvidas pelos conservadores no poder em Madri desde 2011 e a situação de cada uma das 17 regiões do segundo país mais visitado na Europa depois da França.

O meio ambiente é "uma das principais vítimas da crise" que eclodiu no final de 2008 e durou até 2013.

"São centenas de casos de corrupção e por trás deles estão os impactos ao meio ambiente com espaços naturais cheios de concreto ou solos contaminados por resíduos perigosos", afirma o relatório.

"As portas giratórias em quase todos os setores" acabam por criar "círculos viciosos onde os políticos governam em favor das empresas", acrescenta.

"As políticas que estão sendo realizadas pelo governo foram eliminando e reduzindo as leis que eram boas", afirmou à AFP o porta-voz do Greenpeace Espanha, Julio Barea, recordando o "tapete vermelho" para a busca por gás através de "fracking" ou a exploração de petróleo no mar.

Estes projetos têm despertado forte oposição e tentativas de pelo menos oito regiões para proibir o "fracking". Até agora, a Catalunha (nordeste) ganhou nos tribunais.

A exploração de petróleo ao largo das ilhas Canárias, no Atlântico, também despertou forte mobilização.

A Espanha, ao contrário da França e da Alemanha, autorizou o cultivo de transgênicos "em uma escala significativa", segundo o Greenpeace, que também denunciou a poluição de Madri (18º em um ranking de 23 cidades europeia), as consequência de usinas de energia térmica, o abandono da pesca artesanal, os orçamentos reduzidos de segurança contra incêndios.

O Greenpeace denunciou também a corrupção - notando que apenas em 2011, corriam 1.754 casos judiciais relacionados a supostas ilegalidades em matéria de planejamento urbano.

A ONG marcou alguns "pontos positivos", como a forte mobilização da sociedade "para propor alternativas e mudança demanda", coleta seletiva nos municípios das Ilhas Baleares, País Basco e Catalunha ou a importante agricultura biológica na Andaluzia.