Saiba quem é Yassin Salhi, principal suspeito do atentado na França

Em Besançon (França)

Yassin Salhi, suspeito de ser o autor do ataque, nesta sexta-feira, perto de Lyon, mantinha "laços com o movimento salafista", segundo o ministério francês do Interior, mas este pai de três filhos nascido no leste da França não teria cometido nenhum outro crime.

Nascido há 35 anos em Pontarlier, perto da fronteira suíça, de pai de origem argelina e mãe de origem marroquina, o suspeito foi identificado e posto sob vigilância pelos serviços especiais entre os anos 2005 e 2006, por frequentar um grupo de pessoas adeptas a um islã radical, sem, contudo, fazer proselitismo, explicou à AFP uma fonte próxima à investigação.

Yassin Salhi "era um menino tranquilo, não era nervoso. Era um prazer tê-lo na mesquita, ele era agradável", lembra-se o presidente da mesquita de Pontarlier, Nacer Benyahia, "muito chocado" com os atos imputados ao homem, acusado de ter decapitado seu empregador, o chefe de uma empresa de transporte de 50 anos.

Segundo ele, Yassin Salhi era ainda adolescente quando perdeu seu pai. Sua mãe "vendeu a casa da família em Pontarlier antes de partir", mas o imã não soube dizer para onde foram.

'Muçulmanos normais'"Ele era sozinho, provavelmente o alvo ideal para os radicais que escolhem suas presas", considerou o líder religioso.

O jovem deixou Pontarlier para se estabelecer em Besançon, a 60 km de distância, onde passou a residir com sua esposa e filhos, com idades entre três e nove anos na época.

Em 2013, foi novamente marcado pelos serviços especializados por frequentar a casa de indivíduos suspeitos de ligações com o Islã radical. Passou a usar o "djellaba", uma espécie de túnica, e barba, o que sugere uma aproximação com os círculos salafistas, como outros jovens da região.

Mas ele não aparentava manter nenhuma atividade maliciosa e nada falava contra ele fora sua vestimenta, segundo a mesma fonte.

Então, no final de 2014, Yassin Salhi deixou a região com sua família para se estabelecer em Saint-Priest, nos subúrbios de Lyon, em um apartamento no primeiro andar de um pequeno edifício.

Os vizinhos entrevistados pela AFP nesta sexta-feira descreveram uma "família discreta" levando uma vida tranquila.

"As crianças brincam com as minhas. São bastante normais e carinhosas", disse uma vizinha de 40 anos, que se recusou a dar seu nome.

"Ele não falava com ninguém. Trocávamos apenas um 'Olá'", relatou outro vizinho, para quem o suspeito não podia ser distinguido nem mesmo por sua roupa. "Ele só tinha uma pequena barba", disse ele.

Um jovem afirmou "nunca ter visto" Yassin Salhi na mesquita de Saint-Priest.

O suspeito encontrou emprego em uma empresa de transporte. Ele "fazia entrega (...) de caixas, pedidos, coisas desse tipo". "Ontem ele estava no trabalho, ele voltou para casa, normal. Tivemos uma noite normal", segundo explicou a esposa de Yassin Salhi antes de ser detida pela polícia.

"Somos um casal de muçulmanos normal, respeitamos o Ramadã. Normal. Temos três filhos, uma vida familiar normal", resumiu, sem ver "qualquer razão" que levasse seu marido a cometer tal crime.

Segundo o ministro do Interior, Bernard Cazeneuve, o homem foi fichado de 2006 a 2008, mas não tinha antecedentes criminais.

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