Equador nega 'categoricamente' acusações de Londres em caso Assange

Em Quito (Equador)

  • AFP

    Julian Assange dá coletiva em varanda da Embaixada do Equador em Londres em junho deste ano

    Julian Assange dá coletiva em varanda da Embaixada do Equador em Londres em junho deste ano

O Equador declarou nesta sexta-feira (14) que nega categoricamente as "acusações" de Londres de que tenha obstruído a justiça ao dar asilo a Julian Assange, após a prescrição de duas acusações por agressão sexual que pesavam sobre o fundador do WikiLeaks.

Em um comunicado, o chanceler encarregado, Xavier Lasso, expressou sua "negação nos termos mais categóricos das acusações" formuladas pelo ministro britânico das Relações Exteriores, Hugo Swire.

Swire afirmou na quinta-feira que o Equador terá de "reconhecer que sua decisão de dar asilo a Assange durante mais de três anos obstruiu o curso da justiça" e anunciou uma nota formal de protesto.

Para Lasso, "é inaceitável que se tente jogar para o Equador a responsabilidade diante da falta de avanços neste tema ao longo dos últimos cinco anos".

Assange, um australiano de 44 anos que irritou os Estados Unidos ao publicar milhares de documentos secretos que colocaram em apuros a diplomacia americana, ficou livre na quinta-feira de denúncias de agressão sexual por prescrição.

No entanto, o fundador do WikiLeaks - que sempre negou as acusações - ainda enfrenta uma acusação por estupro que lhe impede de deixar a embaixada equatoriana em Londres, onde está refugiado desde 2012, sob pena de ser preso e extraditado à Suécia.

O chanceler do Equador enfatizou que "desde o primeiro dia" o governo esteve disposto a dialogar com a Suécia e com a Grã-Bretanha em busca de um acordo que facilite o interrogatório de Assange, mas que apenas há dois meses "houve uma resposta positiva".

Ao mesmo tempo, Lasso se queixou do "invasivo cerco policial" que Londres montou sobre a embaixada equatoriana e recordou que este governo chegou, inclusive, a ameaçar o Equador a "violar a imunidade diplomática de sua sede".

Portanto, "o Equador não vai aceitar lições de nenhum governo, muito menos daqueles que desconhecem o instituto do asilo político, seu caráter legítimo e anexado ao direito internacional".

Receba notícias do UOL. É grátis!

UOL Newsletter

Para começar e terminar o dia bem informado.

Quero Receber

Veja também

UOL Cursos Online

Todos os cursos