Presidente da Guatemala desafia manifestantes e se agarra ao poder
Cidade da Guatemala, 28 Ago 2015 (AFP) - O presidente guatemalteco, Otto Pérez, desafia as vozes da rua que exigem sua renúncia por seu suposto envolvimento em uma bilionária fraude fiscal, enquanto uma comissão do Congresso começou a discutir nesta sexta-feira a possibilidade de retirar a imunidade presidencial.
Em mensagem à nação no domingo e em entrevista a uma rádio local na quinta-feira, Pérez, um general reformado de 64 anos, garantiu que não vai renunciar apesar de a Procuradoria vinculá-lo diretamente ao caso de corrupção.
"Quero dizer a todos os guatemaltecos que estou aqui, que vou dar a cara. Continuarei à frente do país, não vou fugir", declarou na noite de quinta-feira o presidente, que enfrenta uma crise política desde 16 de abril, quando veio à tona a fraude fiscal.
Segundo uma investigação da Procuradoria e da Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), uma organização ligada à ONU, Peréz é um dos líderes da quadrilha que montou o esquema junto da ex-vice-presidente Roxana Baldetti denominado "La Línea", que cobrava propina a empresários para sonegar impostos alfendegários.
Baldetti renunciou ao cargo em 8 de maio e se encontra em prisão preventiva em um quartel militar da capital, de onde será transferida para uma prisão comum para mulheres. Pérez poderá ser investigado pela justiça se o Congresso decidir retirar sua imunidade.
O comitê, presidido pelo deputado governista Mario Linares, antecipou que espera entregar seu relatório final em plenário na segunda-feira.
Ao pedido das ruas a favor da renúncia de Pérez se somaram nas últimas horas a Procuradoria Geral da Nação e a Controladoria Geral de Contas.
E nesta sexta-feira, o deputado do Partido Patriota (PP, direita no poder) Mario Linares, que preside o comitê que realiza a investigação legislativa contra Pérez, declarou à imprensa que ainda não pode antecipar quando vão tomar a decisão sobre a imunidade do presidente, apesar da pressão por um pronunciamento rápido e a favor de sua retirada.
"Eu entendo a posição da população e demais setores, mas devemos fazer isso da forma correta, caso contrário, poderia ser contestado", declarou o congressista, que tem até 60 dias para analisar o caso.
"Enfrentarei o processo (sobre a retirada da imunidade) porque não tenho nada a esconder", disse o presidente, em resposta aos milhares de manifestantes que lotaram na quinta-feira a Praça da Constituição, no centro da capital.
No entanto, analistas e organizações sociais suspeitam de uma aliança entre o governo e o partido Liberdade Democrática Renovada (Líder), que poderia paralisar o trâmite, pois o partido, o principal da oposição, colaborou com Pérez em várias ocasiões para proteger seus interesses no Congresso.
Aos protestos populares se somaram várias empresas que, com o slogan de "greve nacional" contra a corrupção, optaram por fechar seus negócios.
A resistência de Pérez caiu mal entre os cidadãos "indignados", que asseguram estar frustrados com os casos de suborno e corrupção nos últimos meses.
Aos casos de corrupção revelados na gestão de Pérez, soma-se o prisão em maio dos hierarcas do Banco da Guatemala (central), Julio Suarez, e da Previdência Social, o militar Juan de Dios Rodriguez, próximo de Pérez, pelo superfaturamento de um contrato de 15 milhões de dólares na compra de medicamentos.
Como resultado de uma outra investigação da Procuradorias e da CICIG, foi preso em julho Gustavo Martinez, genro de Pérez e ex-secretário-geral da presidência do atual governo sob acusações de tráfico de influência para favorecer uma empresa de energia.
Além do clamor das ruas, o pedido para que Pérez deixe a cadeira presidencial é apoiado pela poderosa união de empresários, por ativistas de direitos humanos, a Igreja Católica e acadêmicos.
"Há um descontentamento generalizado e o mais conveniente é que o presidente renuncie", disse à AFP o analista político Marco Antonio Barahona.
Mas não só os setores sociais exigem a renúncia do presidente: esta semana, a Procuradoria Geral, entidade que atua como representante legal do Estado, recomendou a Pérez que renuncie para evitar que o país entre em um período de instabilidade política pelo descontentamento popular.
Em mensagem à nação no domingo e em entrevista a uma rádio local na quinta-feira, Pérez, um general reformado de 64 anos, garantiu que não vai renunciar apesar de a Procuradoria vinculá-lo diretamente ao caso de corrupção.
"Quero dizer a todos os guatemaltecos que estou aqui, que vou dar a cara. Continuarei à frente do país, não vou fugir", declarou na noite de quinta-feira o presidente, que enfrenta uma crise política desde 16 de abril, quando veio à tona a fraude fiscal.
Segundo uma investigação da Procuradoria e da Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala (CICIG), uma organização ligada à ONU, Peréz é um dos líderes da quadrilha que montou o esquema junto da ex-vice-presidente Roxana Baldetti denominado "La Línea", que cobrava propina a empresários para sonegar impostos alfendegários.
Baldetti renunciou ao cargo em 8 de maio e se encontra em prisão preventiva em um quartel militar da capital, de onde será transferida para uma prisão comum para mulheres. Pérez poderá ser investigado pela justiça se o Congresso decidir retirar sua imunidade.
O comitê, presidido pelo deputado governista Mario Linares, antecipou que espera entregar seu relatório final em plenário na segunda-feira.
Ao pedido das ruas a favor da renúncia de Pérez se somaram nas últimas horas a Procuradoria Geral da Nação e a Controladoria Geral de Contas.
E nesta sexta-feira, o deputado do Partido Patriota (PP, direita no poder) Mario Linares, que preside o comitê que realiza a investigação legislativa contra Pérez, declarou à imprensa que ainda não pode antecipar quando vão tomar a decisão sobre a imunidade do presidente, apesar da pressão por um pronunciamento rápido e a favor de sua retirada.
"Eu entendo a posição da população e demais setores, mas devemos fazer isso da forma correta, caso contrário, poderia ser contestado", declarou o congressista, que tem até 60 dias para analisar o caso.
"Enfrentarei o processo (sobre a retirada da imunidade) porque não tenho nada a esconder", disse o presidente, em resposta aos milhares de manifestantes que lotaram na quinta-feira a Praça da Constituição, no centro da capital.
No entanto, analistas e organizações sociais suspeitam de uma aliança entre o governo e o partido Liberdade Democrática Renovada (Líder), que poderia paralisar o trâmite, pois o partido, o principal da oposição, colaborou com Pérez em várias ocasiões para proteger seus interesses no Congresso.
Aos protestos populares se somaram várias empresas que, com o slogan de "greve nacional" contra a corrupção, optaram por fechar seus negócios.
A resistência de Pérez caiu mal entre os cidadãos "indignados", que asseguram estar frustrados com os casos de suborno e corrupção nos últimos meses.
Aos casos de corrupção revelados na gestão de Pérez, soma-se o prisão em maio dos hierarcas do Banco da Guatemala (central), Julio Suarez, e da Previdência Social, o militar Juan de Dios Rodriguez, próximo de Pérez, pelo superfaturamento de um contrato de 15 milhões de dólares na compra de medicamentos.
Como resultado de uma outra investigação da Procuradorias e da CICIG, foi preso em julho Gustavo Martinez, genro de Pérez e ex-secretário-geral da presidência do atual governo sob acusações de tráfico de influência para favorecer uma empresa de energia.
Além do clamor das ruas, o pedido para que Pérez deixe a cadeira presidencial é apoiado pela poderosa união de empresários, por ativistas de direitos humanos, a Igreja Católica e acadêmicos.
"Há um descontentamento generalizado e o mais conveniente é que o presidente renuncie", disse à AFP o analista político Marco Antonio Barahona.
Mas não só os setores sociais exigem a renúncia do presidente: esta semana, a Procuradoria Geral, entidade que atua como representante legal do Estado, recomendou a Pérez que renuncie para evitar que o país entre em um período de instabilidade política pelo descontentamento popular.
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