EUA continuam sendo 'inimigo número um' do Irã, diz aiatolá conservador

Teerã, 1 Set 2015 (AFP) - Os Estados Unidos continuam sendo "o inimigo número um" do Irã, apesar do acordo nuclear, declarou nesta terça-feira o aiatolá Mohamad Yazdi, presidente ultraconservador da Assembleia dos Especialistas, uma das instituições com mais poder no Irã, informou a imprensa iraniana.

O acordo nuclear concluído com as grandes potências não deve "mudar nossa política externa, a República Islâmica do Irã segue considerando os Estados Unidos como seu inimigo número um", declarou o aiatolá Yazdi em seu discurso de abertura da reunião anual da Assembleia de Especialistas que termina na quarta-feira.

A Assembleia de Especialistas, composta por 86 religiosos eleitos, é encarregada de nomear o guia supremo do Irã, de vigiar sua ação e, se necessário, destituí-lo.

Yazdi acrescentou que o Irã não permitirá que os Estados Unidos controlem novamente a economia do país.

"Os Estados Unidos, e por trás deles Israel, originaram todos os complôs" e "ateiam fogo no Oriente Médio para proteger Israel", afirmou Yazdi, citando a situação na Síria, no Iraque ou no Iêmen.

O presidente moderado Hassan Rohani, membro da Associação de Especialistas, implementou desde sua eleição em 2013 uma política de reconciliação com os países ocidentais.

O acordo nuclear concluído em 14 de julho com as grandes potências (Estados Unidos, França, Reino Unido, Rússia, China e Alemanha) permitiu retomar as relações políticas com os países europeus, com a visita de várias delegações a Teerã.

Mas apesar das negociações e do envolvimento pessoal do secretário de Estado americano, John Kerry, até o momento não está prevista uma normalização entre o Irã e os Estados Unidos, que romperam relações em 1980 após a crise dos reféns, quando estudantes islâmicos ocuparam a embaixada americana em Teerã.

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