Comediante lidera intenções de voto para presidência da Guatemala

Cidade da Guatemala, 3 Set 2015 (AFP) - O comediante guatemalteco Jimmy Morales, um desconhecido na política antes do escândalo de corrupção que provocou a renúncia do governante Otto Pérez, é favorito para conquistar a presidência nas eleições do próximo domingo, segundo uma pesquisa publicada nesta quinta-feira na imprensa local.

Morales, de 46 anos, alcançou 25% das intenções de voto e supera o direitista Manuel Baldizón (22,9%), que até agora havia liderado as análises, revelou uma pesquisa realizada com 1.202 guatemaltecos pela empresa Pro Datos para o jornal Prensa Libre.

Em terceiro lugar aparece a social-democrata e ex-primeira-dama Sandra Torres, com 18,4%, detalha a amostra realizada entre 23 e 29 de agosto e que tem uma margem de erro de 3,1%.

De acordo com o jornal, os dados indicam que estes três presidenciáveis, dos 14 que estão na disputa, brigarão pela passagem ao segundo turno, previsto para 25 de outubro.

O comediante, que é chamado de Neto e que era desconhecido pela maioria dos guatemaltecos há até três meses atrás, disparou nas intenções de voto após a explosão dos casos de corrupção que obrigaram o presidente Pérez a renunciar.

Morales tem um programa humorístico há 15 anos na televisão aos domingos à noite. Há quatro anos foi candidato a prefeito de um município próximo à capital, mas fracassou.

Também fez teatro e produziu sete filmes, entre eles um chamado "Un presidente de a sombrero", no qual encarna um político ingênio e popular que busca governar o país. Estudou administração de empresas e teologia.

As eleições de domingo serão marcadas pela crise política gerada em abril passado por vários casos de corrupção no governo.

Nesta quinta-feira o Congresso será informado da renúncia de Pérez e pode jurar como novo presidente o atual vice, Alejandro Maldonado, que substituiu Roxana Baldetti, que também renunciou ao cargo em maio ao ser acusada pelo mesmo escândalo de corrupção e que está em prisão preventiva.

Pérez foi acusado em 21 de agosto pelo Ministério Público e por uma comissão da ONU contra a impunidade na Guatemala de ser um dos líderes de uma rede chamada "La Línea", dedicada à cobrança de propinas a empresários para a sonegação de impostos no sistema nacional alfandegário.

As eleições, que serão realizadas três dias após a renúncia de Pérez, terão por objetivo escolher o novo presidente, vice-presidente, 338 prefeitos, 158 deputados e 20 representantes do Parlamento Centro-Americano.

Para evitar possíveis manifestações violentas, o escritório na Guatemala do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos humanos anunciou na quarta-feira que permanecerá em vigilância com equipes em várias regiões do país.

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