#ShoutYourAbortion: uma campanha pró-aborto ocupa as redes sociais
A campanha midiática lançada por três ativistas americanas para denunciar os tabus que cercam o aborto viralizou nas redes sociais graças a centenas de mulheres que se animaram em compartilhar sua experiência.
A hashtag #ShoutYourAbortion (Grite seu aborto, em português) se tornou popular no Twitter a partir de sábado (19), depois que a Câmara de Representantes aprovou reduzir os recursos da Planned Parenthood, a maior empresa provedora de serviços médicos para mulheres nos Estados Unidos.
O aborto voltou ao primeiro plano do debate nos Estados Unidos com os programas eleitorais dos pré-candidatos à Casa Branca.
O papa Francisco, que chegou nesta terça-feira (22) ao país, também contribuiu para reavivá-lo no começo do mês, ao perdoar todas as católicas que tiverem abortado.
"Comecei o #ShoutYourAbortion porque não me sinto arrependida e não penso em sussurrá-lo", relatou em sua conta no Twitter Lindy West, uma das promotoras do movimento, ao lado de Amelia Bonow e Kimberly Morrison.
West contou ao jornal britânico The Guardian sua experiência: "Há quase cinco anos, tomei uma pílula, depois outra, detei na minha cama uma noite e um dia seguidos. Depois, deixei de estar grávida".
"Não é nenhum segredo", garantiu. "Simplesmente é algo do que não falamos".
Bonow contou à AFP que passou "o dia chorando" quando soube da decisão do Congresso americano.
"Muitas mulheres da minha vida e eu nos sentimos destroçadas de que este tema continue sobre a mesa em 2015", ressaltou.
Centenas de mulheres se lançaram nas redes sociais para explicar sua vivência usando a hashtag.
No entanto, os detratores do aborto não perderam a chance de dar sua opinião.
"Estou convencido de que os bebês gostariam de participar da campanha #ShoutYourAbortion, mas foram assassinados e vendidos em pedaços", escreveu o usuário Matt Walsh em sua conta no Twitter.
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