Dois psicólogos são denunciados por realizar torturas com a CIA

Em Washington

Dois ex-detidos torturados pela CIA (Agência Central de Inteligência americana) denunciaram os dois psicólogos que ajudaram a implementar este método de interrogatório depois dos atentados de 11 de setembro, informou uma organização de defesa dos direitos humanos.

Segundo a denúncia, os psicólogos americanos James Mitchell e John Bruce Jessen ganharam milhões de dólares para ajudar a CIA em seu programa de tortura.

A denúncia foi apresentada pela ACLU (União Americana pelas Liberdades Civis, em inglês) ante um tribunal federal do Estado de Washington (noroeste) em nome de três ex-detidos.

Os psicólogos "projetaram os métodos" de interrogatório da agência de investigação e realizaram "experimentos ilegais com prisioneiros para testar e aprimorar" os métodos, segundo um comunicado da ACLU.

O papel destes homens havia sido denunciado em um relatório do Senado americano sobre a tortura da CIA publicado em dezembro de 2014.

Um dos demandantes na denúncia apresentada pela ACLU, o afegão Gul Rahman, morreu de frio durante sua detenção pela CIA e sua família o representa.

Segundo a ACLU, que cita o relatório do Senado, John Bruce Jessen formava parte da equipe que torturou Rahman, que morreu vítima de hipotermia, desidratação, falta de alimento e uma imobilidade forçada devido a um acorrentamento.

Os outros demandantes são Suleiman Abdullah Salim e Mohamed Ahmed Ben Soud. O primeiro é um pescador da Tanzânia sequestrado na Somália pela CIA e libertado cinco anos mais tarde. Atualmente vive em Zanzibar, segundo a ACLU.

O segundo é um líbio, capturado em 2003 em uma operação americana-paquistanesa e detido durante dois anos, antes de ser enviado à Líbia, onde foi torturado pelo regime de Kadhafi. Foi libertado em 2011.

James Mitchell e John Bruce Jessen "afirmaram que seu programa (de interrogatório) estava baseado na ciência, era seguro e estava testado, quando na realidade não havia nada disso tudo", disse Steven Watt, um advogado da ACLU citado no comunicado.

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