Idosa de 87 anos é condenada à prisão por negar Holocausto na Alemanha

Em Berlim

  • Reprodução/Facebook

    Ursula Haverbeck

    Ursula Haverbeck

Um tribunal alemão sentenciou uma octogenária a 10 meses de prisão por ter declarado que o Holocausto era "a maior mentira" da história, informou a imprensa alemã nesta sexta-feira.

Ursula Haverbeck, de 87 anos, declarou em abril, durante o julgamento do ex-contador do campo de extermínio de Auschwitz Oskar Gröning que o genocídio dos judeus foi "a maior mentira e a mais duradoura" na história do mundo.

O tribunal de Hamburgo (norte) condenou na quinta-feira a ré por "incitar o ódio", após uma audiência na qual reafirmou suas palavras e acusou a justiça de condenar aqueles que questionam o Holocausto, "perpetuando uma mentira".

Haverbeck, que anunciou que vai apelar da decisão, também argumenta que o campo de Auschwitz, símbolo do genocídio perpetrado pelos nazistas, nunca foi um campo de extermínio.

A idosa, apresentada pelo jornal Tageszeitung como a "grande dama" dos negacionistas alemães, já havia sido condenada em várias ocasiões por fazer declarações semelhantes.

No entanto, é a primeira vez que ela recebe uma sentença de prisão.

Em seu site, Haverbeck se apresenta como "uma representante do revisionismo histórico" e se orgulha de ser uma "lutadora destemida a favor da verdade".

Ela é viúva de Werner Georg Haverbeck, um militante da extrema-direita, que morreu em 1999. Juntos, eles fundaram em 1963 o Collegium Humanum em Vlotho (centro da Alemanha), uma instituição educacional considerada um ninho de negacionista, que foi fechada em 2008.

Cerca de 1,1 milhão de pessoas, incluindo um milhão de judeus, foram mortas entre 1940 e 1945 em Auschwitz-Birkenau, o campo libertado pelas tropas soviéticas em janeiro de 1945. Ao todo, os nazistas exterminaram seis milhões de judeus.

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