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Mudança climática ameaça mais de 500 milhões de crianças, diz Unicef

Mudança climática está aquecendo as águas do planeta, com um impacto especialmente dramático nas regiões polares - Michael Melford/National Geographic Creative
Mudança climática está aquecendo as águas do planeta, com um impacto especialmente dramático nas regiões polares Imagem: Michael Melford/National Geographic Creative

Em Nova York (EUA)

24/11/2015 00h18

As crianças são as primeiras vítimas do aquecimento global, e pelo menos 530 milhões delas vivem em países submetidos regularmente a inundações catastróficas, em sua maioria na Ásia, e outras 160 milhões em zonas de grande seca, principalmente na África, revela um estudo divulgado nesta segunda-feira (23) pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância), dias antes da conferência sobre o clima em Paris.

"São as crianças que vão sofrer mais com a mudança climática, eles já sentem pesadamente as consequências", explicou Nicholas Rees, um dos autores do estudo.

Os fenômenos climáticos extremos amplificados pela elevação da temperatura mundial - furacões, inundações, secas e ondas de calor - também aceleram a propagação das principais doenças infantis, como malária, desnutrição, diarreia e pneumonia.

A Unicef recomenda "dar prioridade na adaptação da mudança climática às necessidades dos mais vulneráveis, entre eles as crianças".

O estudo é publicado dias antes da abertura da conferência climática de Paris (COP21), que busca obter o compromisso da comunidade internacional para limitar o aquecimento global a 2 graus em relação à era pré-industrial.

Também nesta segunda, um novo relatório da ONU apontou que mais de 600 mil mortes são relacionadas às catástrofes climáticas nos últimos 20 anos. O documento ilustra a urgência de agir contra o aquecimento global.

Desde 1995, data da primeira conferência das partes sobre mudanças climáticas da ONU (COP1), os desastres causados por eventos meteorológicos, como inundações, tempestades, ondas de calor, secas, "provocaram 606. mil mortes", indicou o Escritório das Nações Unidas para a redução do risco de catástrofes (UNISDR) em um relatório.