Esposa de líder opositor venezuelano rejeita proteção oferecida pelo governo

Caracas, 29 Nov 2015 (AFP) - Lilian Tintori, esposa do líder opositor venezuelano detido Leopoldo López, afirmou no sábado que o governo de Nicolás Maduro "ofereceu" proteção, o que ela rejeitou, alegando desconfiança da polícia e dos serviços de inteligência.

"Me convocaram a uma reunião para oferecer segurança do Sebin (Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional)", escreveu Tintori no Twitter.

A esposa de López afirmou que é perseguida pelo serviço de inteligência. "Decidi não comparecer, porque quem me cerca, me persegue e me intimida é o Sebin", completou.

Jorge Arreaza, vice-presidente da Venezuela, havia afirmado mais cedo que Tintori poderia ser o objetivo de "mercenários" financiados pela extrema-direita para cometer crimes políticos antes das eleições legislativas de 6 de dezembro.

"Temos informação certa de que há mercenários, que estão recebendo entre 30 mil e 50 mil dólares para cometer crimes políticos, e ela pode ser um dos alvos", disse Arreaza sobre Tintori.

O vice-presidente afirmou que "oferecemos proteção a ela, como a outros dirigentes da oposição que aparecem em informação de inteligência como objetivos, alvos para gerar confusão e dizer que foi o governo" o responsável pela violência.

Mas Lilian Tintori manifestou sua incredulidade ante as advertências do governo de Maduro e afirmou que "o regime afirmam que querem me matar, assim como queriam matar Leopoldo. Nínguém acredita mais". Muitas mentiras e muitos enganos caracterizam este regime".

Arreaza fez tais declarações durante uma reunião com o corpo diplomático acreditado em Caracas, convocado pelo Executivo venezuelano para dar sua versão sobre a morte de Luis Manuel Díaz, líder opositor baleado na quarta-feira passada, durante um comício ao lado de Tintori no interior do país.

Ele destacou que "nosso temor é que façam" com Tintori "o que queriam fazer com seu marido", Leopoldo López, que segundo o governo seria assassinado em fevereiro de 2014, durante a onda de protestos contra o presidente Nicolas Maduro que deixou 43 mortos e centenas de feridos.

Tintori responsabilizou Maduro pela morte de Díaz e a oposição atribui o crime a "grupos armados" do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), mas o governo afirma que foi apenas um "ajuste de contas entre grupos adversários".

A morte de Díaz foi condenada pelo secretário-geral da OEA, Luis Almagro, pelo departamento americano de Estado, pelo presidente colombiano, Juan Manuel Santos, e pelo Executivo espanhol, entre outros.

Os venezuelanos irão às urnas no dia 6 de dezembro para eleger 167 deputados de uma Assembleia controlada pelos "chavistas" há 16 anos.

Segundo várias pesquisas, a opositora Mesa da Unidade Democrática lidera amplamente as intenções de voto, com vantagem de entre 14 a 35 pontos, mas Maduro afirma ter um "voto duro" de 40%.

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