França volta a processar Carlos, o Chacal, por atentado em 1974
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Reuters/Efe
Carlos, o Chacal, em 2000 e 1975
A justiça francesa confirmou nesta terça-feira (3) que o venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como Carlos, o Chacal, voltará a ser processado pelo atentado cometido contra uma loja Drugstore em Paris em 1974, que deixou dois mortos e 34 feridos.
O novo processo foi decidido pelo Tribunal de Cassação.
Carlos, de 66 anos, havia apresentado um recurso contra a decisão de abertura de processo no tribunal especial de Paris. O recurso foi rejeitado nesta terça-feira pelo Tribunal de Cassação.
O venezuelano está preso na França desde sua detenção no Sudão pela polícia francesa em agosto de 1994. Ele foi condenado à prisão perpétua em outros processos.
Em uma entrevista em 1979 à revista Al-Watan Al-Arabi, Carlos reconheceu que havia lançado a granada que explodiu em 15 de setembro de 1974 na Drugstore Publicis situada na avenida Saint-Germain de Paris.
Mas durante o processo, ele negou a entrevista. Uma juíza decidiu enviar o caso ao tribunal especial de Paris, por considerar que o atentado estava dentro do contexto de uma tomada de reféns na embaixada francesa em Haia.
Um comando do Exército Vermelho Japonês, grupo ligado à Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), executou a tomada de reféns e exigia a libertação de um de seus membros detido em Paris.
Ramírez Sánchez, suspeito de envolvimento com o planejamento do sequestro na embaixada, teria tomado a iniciativa cometer um atentado.
O caso foi arquivado em 1983, mas a investigação foi reaberta em 1995, meses depois da detenção de Carlos.
O venezuelano foi condenado na França à prisão perpétua em 1997 pelo assassinato de três homens em Paris em 1975. Em dezembro de 2011 voltou a receber uma pena de prisão perpétua por ter organizado quatro atentados na França que deixaram 11 mortos e quase 150 feridos. Esta condenação foi confirmada em apelação em 2013.