Comissão do Senado recomenda impeachment e afastamento de Dilma Rousseff

Brasília, 6 Mai 2016 (AFP) - A comissão de impeachment do Senado aprovou nesta sexta-feira por folgada maioria recomendar ao plenário que submeta a um julgamento de impeachment a presidente Dilma Rousseff, decisão que a destituiria transitoriamente de seu mandato por suposta manipulação das contas públicas.

"Fica aprovado o documento, que passa a constituir o parecer desta comissão, favorável à denúncia. A denúncia segue para o plenário do Senado federal", declarou o senador Raimundo Lira, presidente desta Comissão.

A Comissão, de 21 membros, teve 15 votos a favor e 5 contra, enquanto o presidente não votou, já que só poderia fazê-lo em caso de empate.

O plenário de 81 senadores deverá votar na quarta-feira, 11 de maio, se aceita ou rejeita este parecer, que não é vinculante, mas marca o último passo formal antes da decisão de iniciar o julgamento de impeachment de Dilma e afastá-la do poder por até 180 dias enquanto o processo é tramitado e a sentença definitiva é decidida.

A oposição acusa a presidente de ter cometido um "crime de responsabilidade" ao utilizar empréstimos de bancos estatais para ocultar déficits orçamentários em 2014 e 2015.

Em abril, a Câmara de Deputados aprovou por esmagadora maioria a continuidade do impeachment e deixou Dilma quase sem margem para defender seu mandato, previsto até o fim de 2018.

"A presidente da República será afastada de suas funções temporariamente", antecipou o senador Cassio Cunha Lima (PSDB), um dos impulsionadores do impeachment.

Dilma insiste que é vítima de um golpe e afirma que resistirá até o fim.

Se for afastada, o vice-presidente Michel Temer, um ex-aliado do governo que se tornou seu principal inimigo, assumirá a presidência de forma interina.

Em uma sessão mais tranquila que as realizadas na Câmara de Deputados, embora não isenta de algumas interferências retóricas, os senadores deram um trâmite veloz ao caso.

"Vão tomar o poder pelo atalho, vão subir pela rampa de trás, entrar pela porta dos fundos do Palácio do Planalto", declarou Humberto Costa, líder do Partido dos Trabalhadores no Senado.

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