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Forças líbias avançam sobre Estado Islâmico em Sirte

02/08/2016 18h27

Trípoli, 2 Ago 2016 (AFP) - As forças pró-governamentais avançaram nesta terça-feira sobre o centro de Sirte, principal reduto do grupo Estado Islâmico (EI) na Líbia, apertando ainda mais o cerco aos extremistas, bombardeados na véspera pela aviação americana.

Na segunda-feira, os aviões militares americanos lançaram os primeiros ataques contra posições do EI em Sirte, a pedido do governo de união nacional (GNA) que tem problemas para se apoderar deste reduto extremista, situado 450 km a leste da capital, Trípoli.

Os Estados Unidos, que bombardeiam o EI no Iraque e na Síria desde 2014, reiteraram em múltiplas ocasiões sua vontade de destruir este grupo.

Nos últimos meses, os Estados Unidos já haviam bombardeado posições do EI em outras zonas da Líbia. Em novembro de 2015 em Derna (leste), um terrorista, apresentado como "o maior responsável do EI na Líbia", morreu nestes ataques. E em fevereiro de 2016 50 pessoas morreram em um edifício com extremistas em bombardeios em Sabrata (noroeste).

"Nossas forças (leais ao GNA) tomaram o controle total do bairro Al-Dollar no centro de Sirte após o ataque executado no domingo, informaram nesta terça-feira as tropas pró-GNA em sua página do Facebook, acrescentando que cinco de seus combatentes morreram nos combates.

"A nova linha de frente fica atualmente no setor entre o bairro de Al-Dollar e o centro de conferências de Uagadugu", quartel-general dos extremistas em Sirte, disseram.

"Implicações em nível político"Estes avanços das forças pró-GNA ocorrem poucas horas após o chefe do GNA, Fayez al-sarraj, e o Pentágono confirmarem os bombardeios americanos em Sirte.

As forças pró-GNA "precisam de apoio aéreo porque, embora disponham de uma força aérea, não é comparável ao apoio que os Estados Unidos podem fornecer. Isso terá logicamente implicações em nível político porque mostrar que há um apoio externo conta na Líbia", disse Mattia Toaldo, do grupo de reflexão European Council on Foreign Relations.

Dois governos disputam o poder na Líbia, o GNA, com base em Trípoli e reconhecido pela comunidade internacional, e um gabinete paralelo, instalado no leste do país.

No dia 9 de junho as tropas pró-governamentais conseguiram entrar em Sirte e desde então sitiaram os combatentes do EI.

Em quase três meses, mais de 300 membros das forças líbias morreram e outros 1.500 ficaram feridos, segundo fontes médicas em Misrata (200 km a leste de Trípoli), sede do comando militar da operação para reconquistar Sirte.

Na segunda-feira Sarraj prometeu a partir desta sede "colocar todos os meios a disposição" das forças que lutam contra o EI em Sirte.

Os Estados Unidos informaram que os bombardeios contra o EI em Sirte continuariam, mas Sarraj insistiu que estariam "encurtados em um período limitado" e que não iriam "além de Sirte e de seus arredores".

Sarraj admitiu ter pedido ajuda a Washington, mas garantiu que "não haverá presença estrangeira no solo líbio".

A Casa Branca confirmou que este apoio "se limitará aos bombardeios e à troca de informações".

Em Benghazi, no leste da Líbia, quinze membros das forças leais às autoridades líbias não reconhecidas pela comunidade internacional foram mortos nesta terça-feira em um atentado suicida.

Segundo uma fonte militar, o atentado foi reivindicado pelo Conselho da Shura Revolucionária, uma coalizão de milícias islâmicas.

bur-mah-rb/tp/es.